Doença psicossomática! O que é isso?

Ultimamente a expressão doença psicossomática se popularizou principalmente entre os médicos e outros profissionais de saúde. Certamente, isso tem a ver com a evidente constatação que muitos adoecimentos não têm origem em causas biológicas ou orgânicas. Além disso, é cada vez mais o número de pessoas que buscam atendimento psicológico para tratar das dificuldades relacionadas ao adoecimento emocional e psicológico.

Uma doença psicossomática caracteriza-se por sintomas e manifestações corporais, cuja origem não consegue ser desvendada por exames médicos. Ou seja, a análise física não consegue apontar uma origem orgânica ou biológica para a questão. Quando isso ocorre, muitos pacientes costumam ter o seguinte “diagnóstico”: “você não tem nada, isso é psicológico”, ou “isso é coisa da sua cabeça”. Tais respostas, vindas de leigos ou profissionais, costumam deixar os pacientes confusos e não contribuem para o tratamento.

Como a Psicologia lida com a doença psicossomática?

Os estudos das doenças psicossomáticas evoluíram bastante no campo da Psicologia. As primeiras reflexões originaram-se das descobertas presentes nos estudos de Freud sobre a histeria. O pai da psicanálise entendia que a essência humana dividia-se em dois polos: “corpo” e “mente”. Desse modo ele buscava entender as relações entre estes campos, tratando-os separadamente. Hoje, a interação da pessoa com o ambiente e a maneira como essa relação impacta nos agentes, não reconhece essa divisão. Em outras palavras, os estudos feitos pela corrente da terapia comportamental, entende-se que os comportamentos e emoções são produtos do contexto no qual as pessoas estão inseridas. Por exemplo, o estresse é produto de um ambiente ou modo de vida inadequado e hostil. Assim, a análise dessa relação evidencia a origem do problema e o que mantém a doença psicossomática.

A dor e o sofrimento psicológico

A presença de uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade não existam. Pelo contrário, a pessoa realmente está em sofrimento, sente as dores e observa as reações adversas no seu corpo. Tudo isso sem uma causa biológica ou orgânica definida. Desse modo ela sabe que há algo errado consigo e isso gera muito sofrimento. É como nos casos de gravidez psicológica. Quando acometida por este estado a mulher passa por todas as alterações físicas comuns a essa fase, mesmo não estando grávida.

Por isso, soa agressivo e desrespeito para com aqueles que sofrem de pânico, ansiedade, medo, fobia, depressão ouvir coisas do tipo: “você não tem nada, isso é psicológico”, ou “isso é coisa da sua cabeça”. Afirmações como essas além de deixar o paciente confuso, colocam sobre ele a responsabilidade da melhora ou superação do mal-estar. Isso gera ainda mais sofrimento. Não obstante, tais sentenças desconsideram o histórico de traumas, bem como o impacto do contexto no qual ele está inserido. Ou seja, compreender a história de vida daquele que está com alguma doença psicossomática, sua trajetória de vida e o ambiente é fundamental para adotar as mudanças e o tratamento adequado.

Você conhece alguém que tenha enfrentado uma doença psicossomática? Conta para mim nos comentários.