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A maioria das pessoas que estão em um relacionamento se sente insegura. O temor de perder o homem ou a mulher da sua vida é algo que faz com que as pessoas usem com intensidade a fantasia do ciúme. O objetivo é tentar controlar e prender o par a qualquer custo. Elas fazem isso durante todo o ano. Porém, é com a aproximação do carnaval que elas colocam na avenida o maior bloco do carnaval: o ciúme.
No carnaval, o ciúme sempre surge repleto de alegorias, máscaras, criatividade e milhares de foliões no mesmo ritmo dessa famigerada coreografia. Não há dúvida: do Norte ao Sul do Brasil, o ciúme é o maior bloco do carnaval.
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Por que o ciúme é o maior bloco do carnaval?

A explicação para isso é simples. Durante o ano, as pessoas ciumentas vivem a constante tensão de saber que seu parceiro ou parceira pode ser abordado ou se interessar por outra pessoa nas situações cotidianas. Por mais que elas relutem em aceitar, isso é a mais pura verdade.
Saber disso faz com que muitas pessoas entrem em crise.Por isso, buscam as mais diversas formas para tentar controlar as possíveis ameaças capazes de ampliar suas inseguranças. Elas chamam isso de cuidado ou ciúme.
A pessoa ciumenta entende que tem o dever de “proteger” o parceiro da investida alheia. Poucas vezes recorda que todos têm o livre arbítrio e motivações pessoais para aceitar ou recusar uma investida ou as possibilidades de traição. Por isso, o carnaval é visto pelos ciumentos como um catalizador para os fantasmas e ameaças que podem encerrar o relacionamento.
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A seguir, algumas justificativas para o carnaval representar um temor para os ciumentos:

    • Tradicionalmente, o carnaval é o momento em que as pessoas estão mais permissivas às fantasias.
    • A concentração de solteiros e solteiras é muito maior.
    • A bebida, as danças e a diminuição da censura deixam as pessoas mais soltas e com a libido muito mais aflorada.
    • Os corpos e os desejos ficam mais expostos.
  • E, para piorar, ainda tem aquela regra que diz: no carnaval tudo pode.

Pensar nessas situações faz com que muitos tremam na base.

Se eu fiz, todos vão fazer igual?

Os ciumentos que tanto receiam o carnaval não raramente tomam como base a própria história pessoal para projetar no outro o ciúme ou o medo da traição durante a festa de Momo. Certa feita, ouvi de uma pessoa o seguinte relato:

“Eu proibi ele de ir pro carnaval porque eu sei muito bem o que acontece lá. Nos meus carnavais, eu mesma já fiquei com homem casado, já dei em cima de muito homem, puxava e beijava. Qual é o homem que vai resistir a isso? Eu perdia a conta de quantos eu beijava e transava nos dias de carnaval. E não eram eles que me agarravam não. Eu que partia pra cima e pegava geral mesmo. Mas claro que eu era solteira e hoje somos casados. Carnaval não é lugar para homem casado. Ele tem que entender isso. A gente sabe muito bem que ainda tem um monte de piriguete na folia esperando para dar o bote no marido dos outros. Por isso que eu não quero que ele vá”.

Climão, claro! Muitas pessoas erram em suas análises e conclusões, justamente por entenderem que todo mundo agiria igual a elas nessas situações. Por isso, é sempre bom lembrar que as pessoas são diferentes.
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Cada pessoa tem seus motivos para se sentir insegura. A questão é que cada um igualmente tem seu motivo para gostar da folia e sua motivação pessoal para trair, pegar geral ou simplesmente recusar, por mais atirada que seja a paquera. Nem todo mundo vai para o carnaval apenas para a pegação.
Poucas pessoas conhecem a experiência de confiar no seu parceiro ou parceira. Quando confiamos, nossos parceiros podem estar no meio de um harém e isso não nos incomoda, pois conhecemos e confiamos nele. Isso independerá do comportamento dos outros. Muitas pessoas conhecem muito mais o comportamento dos concorrentes do que o perfil do namorado/marido, namorada/esposa.
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Quando o vínculo é forte, há conhecimento e confiança, o que faz com que compromisso e segurança sejam naturalmente estabelecidos. Por mais ameaçador que seja o contexto, passamos a entender que quando um não quer, dois não se beijam. Muito menos vão para a cama com o primeiro que aparece. Por isso, a dica para esse carnaval (e para todos os dias da vida do casal) é construir e investir na segurança.
Quem não sai no bloco da segurança, engrossa ainda mais o bloco do carnaval: o bloco dos ciumentos.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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