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No post Terapia de casal: a difícil tarefa de rever o relacionamento” tratei de alguns comportamentos marcantes, comumente vivenciados durante as crises conjugais. Como o relacionamento amoroso é frequentemente abordado nas terapias, em especial na terapia de casal, hoje vou discorrer sobre um grande equívoco que muitos casais cometem na construção do relacionamento: o negligenciamento aos problemas do relacionamento. Isto, pois, é ponto pacífico que a maioria dos casais se une com o coração repleto de idealizações e muitas delas são irreais e ignoram aspectos fundamentais que só serão considerados em níveis mais avançados do convívio. Por isso, é fundamental que os casais contem com um suporte adequado para superar este problema e as crises do relacionamento.

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Negligenciar os problemas dos relacionamentos, especialmente em nome da prosperidade do convívio, não é uma estratégia recomendada.

O casamento idealizado, as pressões e o equívoco

Estabelecer um relacionamento e evoluir para o tão sonhado casamento, figura entre os principais objetivos da maioria das pessoas adultas. Contudo, além das motivações pessoais, tal processo é fortemente impactado pelas pressões, regras e imposições sociais. Desse modo, muitos homens e mulheres são impulsionados pelo imperativo social e pelas motivações pessoais a construir e manter a qualquer custo um relacionamento e, consequentemente formar uma família. Diante desse emaranhado de estímulos, muitos casais atropelam questões essenciais, visando atingir o quanto antes a tão desejada linha de chegada: o casamento. Ou seja, o casamento idealizado passa a ser o objetivo e não a consequência do encontro, bem-estar e felicidade do casal.

Diante desse modo equivocado de construir e manter um relacionamento, os pares costumam negligenciar pontos importantes que devem ser ajustados antes da evolução do relacionamento. Por exemplo, as diferenças comportamentais e estilos de vida completamente distintos, assim como as atitudes que afetam a rotina e o bem-estar do casal. Por sua vez, o propósito do casamento idealizado faz com que tais questões não tenham o devido tratamento. Isto é, frequentemente, os problemas e conflitos são postergados para o mais distante possível. Tudo isso em nome da fantasia do relacionamento duradouro e do casamento aparentemente bem-sucedido. Agir dessa maneira é totalmente contra indicado, pois conduz os casais a um conto de fadas que não se sustenta, especialmente por não terem habilidade para lidar com os desapontamentos, as frustrações e os atritos; que geram rancores, ressentimentos e os conflitos no relacionamento.

Terapia de casal: ajustando a fantasia à realidade

Conforme dito anteriormente, a relação conjugal condensa expectativas vindas de objetivos pessoas, bem como pelas imposições do corpo social. Assim, em nome do propósito de atender tais demandas, muitos pares deixam de lado os problemas e os conflitos que surgem durante o convívio, na construção e evolução do relacionamento. Justamente por agir dessa maneira, diversos casais passam por grandes crises e conflitos no estágio atual do relacionamento. Ou seja, depois que chegaram onde queriam, tentam configurar o relacionamento conforme os ideais de afinidades e bem-estar. Contudo, não possuem histórico de resolução de conflitos e não se reconhecem habilitados para essa atitude, pois todas as mágoas, ressentimentos e dúvidas foram negligenciadas, especialmente para não comprometer o objetivo do casamento. Com efeito, muitos recorrem à terapia de casal, de modo a preservar o relacionamento e corrigir os equívocos praticados até aquele ponto e, finalmente, ter um relacionamento saudável e bem-sucedido.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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