Esta semana recebi o link da mais nova campanha comercial da Lupo, a grande marca brasileira de meias e cuecas. No vídeo da campanha, intitulada “Aparecimento” e estrelada pelo jogador de futebol Neymar Jr., inicialmente três mulheres dirigem-se ao balcão para perguntar se na loja há o modelo de cueca e de meias que Neymar usa. Após o atendente responder que sim, o próprio Neymar surge, detrás do mostruário, trajando meias e cueca da marca Lupo. Entretanto, quando um rapaz musculoso demonstra interesse em comprar a cueca sexy do Neymar o jogador nem espera a resposta do vendedor e foge da loja. O vídeo vem sendo classificado como homofóbico e desrespeitoso aos homossexuais.
Embora a empresa produtora desse comercial não tenha utilizado estereótipos (compleição física frágil ou trejeitos afeminados) para caracterizar um dos personagens como homossexual, a história descrita no vídeo evidencia o caráter homofóbico da campanha.
O comercial parece explicitar simbolicamente as seguintes falas da Lupo: “não quero vender para você”, “não atendemos este tipo de público” e”não vendemos para homens que acham a cueca de outro homem sexy”.
Homossexuais
Claro que, ao lançar uma linha de meias e cuecas com o nome do jogador, a Lupo deseja ampliar seu público consumidor e atrair pessoas que possuem alguma ligação ou identificação com o jogador, como, por exemplo, os fãs do futebol; mulheres admiradoras do jogador e que projetam suas fantasias em seus parceiros ou em seus filhos; homens que querem ficar parecidos com o ídolo e, supostamente, adquirir algumas de suas características (se bem-sucedido, famoso, “pegador”, etc); e seguidores do que está na “moda”.
É interessante a Lupo incentivar as mulheres a comprar produtos masculinos e liberar suas fantasias, porém é lamentável o posicionamento da marca ao excluir o público gay. Além da ignorância em afastar um público com alto potencial de consumo a Lupo também contribui para disseminar o preconceito e a discriminação em nossa sociedade.
Esta não é a primeira vez que falo sobre propagandas homofóbicas aqui no blog (veja 1 e 2). Vamos ficar de olho.
Clique aqui e veja nota da empresa.
Porbisso amo CK, John John… São explicitamente abertas ao nosso público. Amo! #lupolixo
Eu acrescento que numa época em que filtro é tão comentado, aceitar como verdade que jogador é hetero, para começar trabalha em grupo de homens, assim como militar a época em que Bolsonaro foi militar! Mais raciocínio lógico 🙂 Sei que poderão alegar é “mera característica” da profissão ou “ama a profissão” que faz, mas imagina no vestiário para ficar num ambiente “pura testosterona” e em campo sentindo suor de vários homens que apesar do odor, tem seu lado “fetiche”!