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Todo relacionamento passa por momentos delicados, afinal são duas histórias distintas que se juntam para, a partir daí, formar uma terceira história que carrega um misto da história de ambos.
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Diariamente tenho recebido em meu consultório pessoas e casais que estão enfrentando problemas no seus relacionamentos e buscam a psicoterapia para compreender melhor os fatos e buscar novas posturas e tomada de decisões no relacionamento.
Dentre todos os problemas vivenciados pelos casais, a dificuldade na comunicação tem sido o estopim para muitas crises e insatisfações nos relacionamentos, por isso, costumo sugerir aos meus pacientes um teste para – analogamente – compararmos os resultados e descobrir se o relacionamento está bem ou precisa de ajuda.
Para fazer o teste você vai precisar de:
Um fone de ouvido
E uma música de sua preferência.
Apenas isso. Porém, antes de fazer o teste, vamos entender algumas coisas.

 

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Você sabe o que é um gramofone?

Gramofone é aquela vitrola bem antiga com uma corneta enorme por onde sai o som, aquela que normalmente vemos em filmes e novelas de época.
No começo da reprodução mecânica de músicas, quando passamos a gravar os sons, o velho gramofone tinha apenas uma corneta. Todos os sons, de todos os instrumentos, pareciam vir de uma só direção, como se a orquestra ou o cantor estivessem dentro do gramofone.
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Esse tipo de audição, que parece vir de um único ponto no espaço, é chamada de monaural, ou simplesmente mono. Esse é nosso ponto de partida para compreender o teste.
Uma pessoa quando é sozinha, solteira ou quando não está se relacionamento afetivamente com outra pessoa, age na função monaural. As atitudes, decisões e comportamentos veem apenas de uma direção, pois a pessoa solteira carrega dentro de si toda a orquestra de sonhos, desejos e ações, sem precisar equilibrar isso com outra pessoa.
Ou seja, todos os comportamentos de uma pessoa solteira são mono, veem apenas de uma direção e ela concentra dentro de si todas as decisões, o pensamento é egoísta e nada precisa ser compartilhado.
Isso deve mudar completamente quando essa pessoa entra num relacionamento. Por sinal, dificilmente vamos encontrar alguém que esteja satisfeito em emitir ou ouvir um som mono constantemente, especialmente num relacionamento.
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Na natureza, estamos acostumados a ouvir o som vindo de todas as direções. Temos dois ouvidos para isso.
Se alguém à nossa esquerda fala conosco, nosso ouvido esquerdo ouve e sabemos para que lado virar a cabeça. Se um passarinho cantar à direita, nosso ouvido direito ouve. O cérebro pode, dessa maneira, determinar qual a direção vem o som.
Para deixar a audição de música e sons ambientes mais naturais, numa gravação de música ou num filme e, claro, num relacionamento, usa-se, em vez de um alto-falante, dois – um para cada ouvido. Assim, consegue-se um som mais aberto, que não parece mais vir de um único ponto, mas sim de todo um espaço entre os dois alto-falantes. A isso dar-se o nome de estereofonia ou som estéreo.
Em um bom relacionamento – ou um relacionamento em condições normais – o som é aberto e não vem apenas de uma direção, mas sim dos dois alto-falantes, o casal.
Observe, como falei há pouco, biológica e organicamente fomos preparados para ouvir em todas as direções. Isso significa dizer, pela nossa analogia, que num relacionamento, todas as vozes devem ser expressadas e ouvidas. Você e seu companheiro ou companheira devem estar sintonizados e tocando a música do relacionamento em harmonia.
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Por isso é importante lembrar que um relacionamento funciona tal qual um fone de ouvido, ambos devem estar conectados, sintonizados e sincronizados para que o som seja agradável e prazeroso.
Em toda minha experiência não conheci um relacionamento sequer que tenha tido qualidade estéreo usando apenas uma fonte de som.
É por isso que ouvir música e investir num relacionamento só com um dos “fones” nunca é tão satisfatório como é ter ambos conectados e harmonizados numa só frequência sonora e amorosa.

Então, vamos ao teste do seu relacionamento?

Selecione uma música de sua preferência e ouça a primeira vez com os dois fones de ouvido. Depois repita a música, porém da segunda vez ouça com apenas um dos fones. Apenas isso!
Provavelmente você perceberá, na segunda vez que ouvir, que a música já não tem mais a mesma harmonia, fica estranha, ficará faltando algo…
Agora faça a comparação com seu relacionamento. Se seu relacionamento estiver como a primeira execução da música, parabéns e mantenha a sintonia. Porém, se seu relacionamento estiver mais semelhante a segunda execução da música, isso pode ser um sinalizador de que você precisa entender melhor o que está acontecendo na sua relação, pois, pelo menos um dos fones pode não estar funcionando bem e certamente você(s) precisa(m) de ajuda.
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Por fim, responda para si mesmo(a) se sua relação é classificada como mono ou estéreo. Em seguida,reflita o que pode ser feito para melhorar esse quadro.
Vale lembrar que nem sempre conseguimos avançar nessas questões sozinhos e contar com apoio e orientação profissional é fundamental. E uma dica especial é: teste seu relacionamento com frequência, isso pode tornar as coisas bem mais fáceis de serem percebidas.
Ah! Sabe aquelas experiências em que você divide seu “fone” com outra pessoa e o som também fica ruim?! Pois bem, falaremos disso noutro post. Até breve!

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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