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O título acima é bastante impactante. Ele reflete os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e demonstra que na Bahia, em média, mais de uma pessoa comete suicídio por dia. Este número poderia ser ainda mais alarmante. Como sabemos, nem todas as mortes por suicídio são classificadas dessa forma. O cenário seria mais assustador se fossem consideradas também as tentativas de suicídio.
Tabus, preconceitos e falta de acesso sobre o real motivo do óbito ou das tentativas de tirar a própria vida, podem mascarar estes dados. Nem sempre as tentativas são conhecidas pelos parentes, amigos ou entidades de saúde. Muitas vezes, por vergonha, a própria pessoa ou a família acaba negando os fatos e trazendo outras causas para esconder as tentativas ou o próprio suicídio. Isso demonstra que ainda sabemos pouco sobre causas e consequências deste comportamento tão danoso.
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A situação é ainda mais preocupante.

Registros da OMS e de outros órgãos de saúde ligados à questão do suicídio não conseguem mensurar com precisão os casos de tentativas. As emergências médicas, os consultórios de psiquiatria e psicologia lidam com muita frequência com pessoas que tentaram suicídio. No entanto, não existem registros públicos sobre as tentativas de suicídio (até porque nem todos buscam ajuda profissional). Mesmo assim, é seguro afirmar que elas abrangem um universo ainda maior que os casos concretizados que aparecem no título deste post. Em minha realidade clínica, por exemplo,  2017 foi o ano em que mais atendi casos de ideações e tentativas de suicídio. Isso é preocupante e diz muito sobre como as pessoas estão sofrendo emocionalmente ou lidando com seus problemas.
As estatísticas mostram que um milhão de pessoas no mundo cometem suicídio por ano, segundo a OMS. No Brasil, suicídio é a terceira causa de morte na juventude, atrás apenas de homicídios e acidentes de trânsito, de acordo com o Mapa da Violência (2014). Somente aqui na Bahia, até a primeira semana do mês de novembro de 2017, o estado já tinha registrado oficialmente 373 suicídios. Os jovens com idades entre 15 e 29 anos representam 23% dos casos.
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Sinais para saber se a pessoa pode cometer suicídio.

O suicídio ainda é tabu. Muitas poderiam ser prevenidas se os sinais e fatores de risco associados ao ato suicida fossem identificados e tratados adequadamente. As primeiras pistas deixadas por quem pensa ou está vulnerável ao suicídio são:

    • manifestações de sofrimento psíquico,
    • mudança de comportamento,
    • tristeza,
    • isolamento,
    • irritação com facilidade,
    • agressividade
    • perda da esperança de viver.

Muitas vezes ela até tenta ser uma pessoa alegre e otimista, força a barra para mostrar que está bem. Na verdade, tudo isso pode ser apenas uma fachada para esconder uma tristeza ainda maior. Por isso é tão importante estar atento e contar com suporte profissional. Especialmente nestas situações onde os comportamentos mudam para comunicar algo.
Amigos e parentes próximos são as primeiras pessoas que têm os primeiros contatos com as ideações suicidas. Estas ideias de morte denunciam que aquela pessoa sofre uma dor emocional muito grande. Às vezes já no limite suportável.
Quando alguém está pensando em tirar a própria vida, é importante acolher a pessoa. Isso significa estar disposto e preparado a ouvir sem julgamentos as intenções de tirar a própria vida. Estas intenções podem aparecer direta ou indiretamente. Frases como: “se pudesse, eu dormia e não acordava”, “minha vida não tem sentido”, “eu sou um fardo” ou “morrer seria um alívio para mim”, denunciam o risco de suicídio.
Para uma pessoa frustrada ou deprimida, a ideia de morrer soa como uma forma de resolver os problemas. Porém isso é uma ilusão.
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Como tratar os casos de tentativa de suicídio?

Os casos de tentativa de suicídio ou ideação suicida devem ser tratados com a psicoterapia realizada por um psicólogo habilitado para este assunto. O tratamento deve ser associado a intervenção medicamentosa prescrita por médico psiquiatra. Na terapia comportamental, a proposta é trabalharmos nas causas daquele sofrimento. Durante a terapia são construídas possibilidades possíveis de solução para os problemas buscando a qualidade de vida do paciente. Esteja atendo aos sinais de alerta e fuja das trágicas estatísticas relacionadas ao suicídio.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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