O que é microtraição?
Microtraição é um termo novo para um comportamento antigo, mas que está presente em muitos namoros e casamentos. Trata-se daquelas atitudes que seu companheiro ou companheira pode ter e que indicam um possível interesse em trair — ou, ao menos, que, se bem recebidas, podem acabar numa traição. Ou seja, são comportamentos sutis que sugerem um envolvimento emocional — ou até físico — com outra pessoa fora do relacionamento, sinalizando uma abertura para algo mais sério. Não se trata de uma traição “completa”, mas de ações que carregam sinais e intenções capazes de colocar o relacionamento em alerta.
Na prática, são gestos pequenos que fazem você pensar: “Será que ele quer algo a mais com aquela pessoa?” É por isso que muitos veem esse tipo de comportamento como o primeiro passo para uma traição. Por exemplo, quando alguém mantém contatos com outras pessoas de maneira mais íntima, troca mensagens ambíguas ou flerta discretamente. Mesmo sem beijo ou relação sexual, esse tipo de atitude pode gerar bastante incômodo, desconfiança e insegurança.
Neste artigo, vamos entender como a microtraição pode prejudicar um relacionamento e de que forma a terapia de casal pode ajudar a lidar com a insegurança e restaurar a confiança.
Mitrotraição e sutileza que confunde
Uma das características da microtraição é que ela costuma ser sutil. É o famoso “jogar um verde pra ver se cola”, “dar em cima, mas discretamente”, ou até “trair só um pouco”. Essas atitudes, mesmo disfarçadas, podem machucar tanto quanto uma traição escancarada — justamente porque despertam dúvidas e mexem com a confiança.
E é aí que surge a grande questão: como saber se houve ou não uma microtraição? Afinal, nem sempre é fácil identificar ou ter certeza de que aquele gesto teve mesmo a intenção de paquerar. Tudo depende do contexto, do histórico do casal e, claro, dos acordos estabelecidos entre as partes. De qualquer modo, muitas dessas atitudes podem gerar insegurança e dúvida para algumas pessoas, mas não causar nenhum incômodo para outras.

O papel da insegurança na mitrotraição
Na minha experiência como psicólogo em Salvador, e também atuando com terapia de casal on-line para todo o Brasil, observo que a microtraição quase sempre nasce de uma insegurança real, presente no relacionamento. Dito de outra forma, a microtraição surge como reflexo de relações que já vivenciam o medo da traição, da perda e do abandono. Em muitos casos, a pessoa insegura interpreta qualquer comportamento ou contato do seu companheiro ou companheira com outra pessoa como ameaça. E quando isso acontece, tudo vira motivo para desconfiança.
Inclusive, no meu e-book 25 mentiras sobre os relacionamentos, abordo exatamente essa questão da insegurança. Uma das maiores ilusões presentes nos relacionamentos é a crença de que “sentir desejo por outra pessoa destrói o relacionamento”. Isso é um equívoco comum. Sentir desejo, fantasiar ou admirar alguém não significa, necessariamente, que haverá traição. Mesmo assim, quem está preso ao medo da traição vê tragédia em tudo. E, nesse contexto, entra-se num ciclo de controle, vigilância e conflito — vendo microtraições em praticamente qualquer atitude. Contudo, em vez de resolver o problema na raiz — ou seja, trabalhar a causa da insegurança, seja ela pessoal ou da relação — muitas pessoas acabam agravando a crise, tentando agir de forma preventiva para que as microtraições não aconteçam.
Mitrotraição: como sair desse ciclo?
A chave está no diálogo. Em vez de reprimir o outro ou vigiar cada passo, é fundamental conversar sobre os limites da relação, os sentimentos envolvidos e os acordos que fazem sentido para o casal. Além disso, é essencial buscar ajuda especializada para resolver os conflitos. Afinal, se o casal não consegue lidar com as dificuldades sozinho, a terapia de casal pode ser o melhor caminho.
Isso porque a psicoterapia ajuda a construir confiança, estabelecer limites saudáveis e, acima de tudo, lidar com as inseguranças — tanto individuais quanto aquelas presentes no namoro ou no casamento. Em meus atendimentos — seja presencial em meu consultório ou on-line — sempre reforço que viver um relacionamento saudável não significa eliminar todas as ameaças, mas sim desenvolver recursos para lidar com elas de forma madura.
E você, concorda comigo?
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