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A terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois? Vamos  compreender isso.
As possibilidades e formatos de atendimento psicológico são vários. Existem diversas modalidades de terapia, entre as quais familiar, de grupo, individual e a terapia de casal. Abordar determinados assuntos com um psicólogo com a presença de um terceiro pode deixar algumas pessoas pouco à vontade ou constrangidas. Por essa razão, frequentemente, surgem algumas dúvidas sobre a condução dos atendimentos que envolvem a participação de outras pessoas. Muitos desejam saber se a terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois. Vamos entender um pouco essa questão.
Por que a terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois?
A resposta, como você já deve prever, é sim. Terapia de Casal é um espaço terapêutico voltado às questões do relacionamento. Dessa forma, o processo diz respeito aos dois e ambos fazem parte ou têm interesse mútuo na situação. Obviamente que um relacionamento pode ser o foco terapêutico de uma psicoterapia individual. No entanto, esse formato possui uma dinâmica com um propósito completamente diferente.

Por que a terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois?

Por uma razão muito simples. Ao longo da minha carreira como terapeuta de casais, tenho observado que o grande entrave da maioria dos relacionamentos que chegam ao meu consultório diz respeito à falta de confiança. Seja por ciúmes, traição, comportamentos inadequados no relacionamento, é fato que a crise ali instalada demonstra que a confiança encontra-se fragilizada. Muitas vezes, ela já não existe entre o casal.
Nesse sentido, seria altamente danoso para o processo terapêutico atender o casal separadamente para intervir nos problemas referentes ao convívio dos dois. Ou seja, iniciar uma terapia que sugere que algo pode estar sendo feito às escondidas em nada ajudaria um relacionamento que não inspira credibilidade. Se a questão é restabelecer a confiança e a segurança entre o casal, é importante que isso seja feito desde os primeiros momentos em que essa abordagem é iniciada.  

Existe exceção?

Em alguns casos, sim. Como cada casal é único. A terapia pode ser ajustada à necessidade observada em cada caso, mesmo tendo como mote o fato de acontecer sempre com o casal. Há, no entanto, algumas situações que sinalizam enormes conflitos, agressividades e reatividade em demasia. Nesses casos, cada um dos parceiros pode ser atendido individualmente. Todavia, ao menos para a primeira sessão, é altamente relevante a presença e participação dos dois.
Por que a terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois?
É na sessão inicial que ambos conhecerão o terapeuta e este poderá ter a percepção real do casal. Entre outras funções. Isso contribui significativamente para que o profissional permaneça neutro, pois todos foram apresentados simultaneamente. O contato da terapia foi feito com a participação de todos. Inclusive, a decisão de como será conduzido o processo é tomada em consenso. Nada na surdina.
Tomar partido é um grande risco que se corre quando um psicólogo começa a conhecer história do casal ouvindo apenas uma parte. Por isso, a terapia de casal acontece sempre com a participação dos dois.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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