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Uma dupla sertaneja ficou conhecida em razão de uma música chamada “quem tem limite é município“. Nitidamente a canção vende a ideia de não haver fronteiras quando se tem um propósito em vista. Tal lógica é equivocada, pois, induz as pessoas a atitudes impulsivas e inadequadas, sem ponderar as consequências provocadas por determinadas atitudes. Essa questão é ainda mais preocupante quando é aplicada aos convívios amorosos. Afinal de contas, sob a crença de fazer o namoro ou casamento dar certo, muitas pessoas evitam colocar limite nas relações. Sendo assim, para mudar essa conduta, é de fundamental importância adotar o comportamento assertivo, um modo de agir que se propõe ao estabelecimento de limites, bem como à promoção do equilíbrio no relacionamento.

Não fique em débito

Diferentemente do jargão da música citada acima, todos são conhecedores que tudo na vida tem limites. Desse modo, a interação entre as pessoas, em especial nos relacionamentos amorosos, não foge à regra. No entanto, mesmo reconhecendo a importância de estabelecer limites, muitas pessoas encontram dificuldade para pôr isso em prática. Do mesmo modo, outras, erroneamente, supõem que colocar limites nas relações poderia soar como um gesto agressivo e, consequentemente, afugentar a outra parte. Assim sendo, diante do propósito de prosperar no relacionamento, fingem demência, engolem sapos e seguem negligenciando pontos importantes com receio de frustrar o outro.

Todavia, quando os casais não conseguem colocar limites nas relações, uma das partes, obviamente, fica prejudicada. Dito em outras palavras, quando alguém não estabelece limites para o relacionamento, abre espaço para que o companheiro ou a companheira ultrapasse as fronteiras e cometa excessos. Consequentemente, aquele que não estabeleceu um limiar, sente-se em débito e também provoca um deficit à relação. Por isso, é fundamental que o casal esteja habilitado para agir assertivamente na construção e manutenção do convívio. Afinal, ser assertivo significa expressar adequadamente os sentimentos e as emoções. Ou seja, a assertividade torna as pessoas capazes de agir com segurança, conduzindo o relacionamento de maneira equilibrada e saudável.

Como colocar limites nas relações? Muitos sofrem nos relacionamentos por essa questão. É Fundamental compreendeer a importância dos limites e praticá-lo.
Como colocar limites nas relações? Muitos sofrem nos relacionamentos por essa questão. É Fundamental compreender a importância dos limites e praticá-lo.

Como impor colocar limites nas relações

Não é demais lembrar que colocar limites nas relações demanda o domínio de algumas ferramentas e estratégias comportamentais adequadas, a exemplo do comportamento assertivo. Importante, também, é compreender que todo relacionamento é dinâmico e demanda constante manutenção ao longo do convívio. Por isso, é válida a ideia de expandir o conceito de limites para além dos municípios. Afinal, são elas, as fronteiras, que determinam onde termina o espaço de um, para dar início ao direito do outro. Logo, um fundamento tão importante não deve ser de uso exclusivo dos municípios.

Para finalizar, chamo a atenção para o fato de, normalmente, as pessoas usarem a expressão “impor limites”; para elaborar proposições e intervenções para os relacionamentos. Aqui, optei por usar outros verbos, a exemplo de “colocar” ou “estabelecer”. A troca do vocábulo não foi por acaso. A partir desta mudança, sem dúvidas, a ação é automaticamente impactada. Afinal, aquele que impõe desconsidera o diálogo e a assertividade como premissa básica para qualquer relacionamento. Desse modo, a ideia de apresentar e propor, de maneira assertiva, limites para o relacionamento, visa abrir o diálogo para que juntos o casal possa estabelecer uma ação compartilhada em prol do bem-estar da relação. O que você pensa sobre isso?

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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