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Quase que diariamente ouço o seguinte questionamento: como deixar de ser tímido? Embora muito frequente, a maioria das pessoas que vivem o dilema da timidez quase sempre não são tímidas. Na verdade, muitas delas são inseguras para executar apenas determinadas ações. Todavia, costumam generalizar essa insegurança para todos os âmbitos de sua vida. Ou seja, quando criam consciência que não possuem propriedade sobre determinados comportamentos, por exemplo, falar em público, se sentem inseguras. Desse modo, nomeiam e passam a adjetivar essa sensação pela característica da timidez. Tal atitude é um erro.

medo de falar em público e timidez vem da infância Psicólogo em salvador Elídio Almeida terapia de casal
Em vários casos, a insegurança vem das experiências traumáticas

Quando isso ocorre, a pessoa passa a se sentir menos confiante para se engajar em outros comportamentos. Esse contexto, reforça sua crença que – de fato – ela é uma pessoa tímida. Note que tudo isso pode ter início partir de um evento pontual afetado por um equívoco de análise e interpretação. Por exemplo, uma criança que não se sentiu confortável com uma roupa que a mãe comprou para ela ir a uma festinha do colega. Por não estar à  vontade, aprendeu que aquela sensação era timidez. Em decorrência, passou a atender que ela era uma criança tímida. Assim sendo, é justamente adquirindo habilidades para analisar e interpretar adequadamente os comportamentos que teremos sucesso na superação dessa insegurança. Dito de outro modo,  ressignificar conceitos e a maneira pela qual construímos nossa personalidade torna-se imprescindível para vencer a famigerada “timidez”. 

Terapia para deixar de ser tímido

Existe uma variedade gigantesca de estratégias para lidar com a timidez. Muitas delas são repletas de técnicas e lógicas motivacionais ou de encorajamento que se propõem a ajudar a pessoa insegura. Um exemplo disso são os cursos de oratória que, dentre outros recursos, são repletos dessa filosofia. No entanto, antes de investir em propostas dessa magnitude para tentar deixa de ser inseguro, você deve ter em vista  um aspecto fundamental: timidez não é um problema em si. Na verdade, é um sintoma e um reflexo do histórico de inseguranças ou comportamentos analisados e interpretados inadequadamente. Ou seja, aqueles que realmente desejam superar a insegurança, precisam tratar esse mal pela raiz. Nesse sentido, a melhor opção a ser considerada deve ser a Terapia Comportamental. Afinal, somente tratando a questão em sua base é que se pode superar a sensação de timidez.

namorado tímido como-perder-a-timidez Psicólogo em salvador Elídio Almeida terapia de casal
Algumas pessoas enfrentam muitos problemas devido ao receio de desagradar os outros

Perceba que transpor a questão da timidez não é tão simples e fácil como prometem. Uma boa intervenção não deve estar restrita a uma série de técnicas ou regras de como você deve se portar em determinadas situações. Por isso, alguns cursos, treinamentos e outras estratégias que prometem verdadeiros milagres para pessoas inseguras podem não ter eficácia. De fato, essas propostas podem até agravar ainda mais o quadro de insegurança, podendo desencadear até mesmo transtornos de fobia

Muita regra atrapalha

Na prática, um curso de oratória, por exemplo, vai propor a uma pessoa insegura uma série de regras:

  • siga o modelo de um palestrante que você admira
  • olhe em tal ponto
  • fale com em determinado tom
  • gesticule dessa maneira
  • posicione-se no ponto x
  • faça algo descontraído
  • conte uma piada ou faça graça para a platéia
medo de falar em público Psicólogo em salvador Elídio Almeida terapia de casal
O maior desafio da pessoa insegura e falar em público, pois teme ser julgada

Ou seja, são tantas regras que uma pessoa “tímida” precisa seguir para lidar uma situação que ela pode se sentir ainda mais insegura. Todo esse apanhado de regras para executar apenas um ou outro comportamento. No entanto, o mais prejudicial desse método é que a questão matriz é negligenciada. Isto é, aquilo que causa a insegurança ou a “timidez” não é tratada. Ao contrário, continua viva e imperando de modo a trazer outros empecilhos para quem lida com esse mal.

Diante desse cenário caótico, é sempre importante que se busque a raiz dos problemas. Nessa perspectiva, é possível deixar de ser tímido. Para isso, o primeiro passo deve ser  adquirir habilidade para analisar com profundidade cada contexto e situação de mal estar vivenciada no passado que ainda interfere no seu presente e no seu dia a dia. Ademais, é imprescindível que você saiba descrever de forma adequada seus sentimentos, suas percepções e emoções. Você sabe fazer isso? 

A ajuda da assertividade

Como falei acima, ao afirmar que são tímidas, as pessoas podem estar se referindo a um contexto ou situação específica. Por exemplo, falar em público ou paquerar. Consequentemente, generalizam essa percepção para todos os seus comportamentos, prejudicado sua forma de viver. Você, por exemplo, certamente tem algumas situações que sente timidez, não é verdade? Todavia, isso não necessariamente pode significar que você seja uma pessoa tímida. 

Namorar com uma pessoa tímida Psicólogo em salvador Elídio Almeida terapia de casal
Um dos maiores entraves vividos por uma pessoa insegura reside na construção dos relacionamentos.

Se você se considera uma pessoa tímida, é importante aprender a discriminar em quais situações a timidez aparece. Tão importante quanto é compreender aquilo que ela representa e sua origem. Muitas vezes a timidez é somente um sintoma que tenta sinalizar que aquele ambiente te deixa desconfortável, fazendo você se afastar dele. Assim, para te ajudar a deixar de ser tímido, convido você a conhecer mais sobre o comportamento assertivo. Ser assertivo pode tornar você uma pessoa habilitada a analisar melhor os episódios traumáticos, o cotidiano e as relações. Ademais, auxilia a eleger as respostas e comportamentos mais adequados para cada situação.

Seja você também uma pessoa assertiva e supere sua “timidez”.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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