O perigo de reagir a assaltos. No dia 16 de setembro de 2014, foi ao ar, no telejornal Band Cidade, no canal Band Bahia, uma matéria falando sobre os perigos de reagir a assaltos. Para a construção da matéria, a equipe da Band esteve em meu consultório para colher minha participação.
Durante a entrevista, procurei destacar dois pontos. Primeiro, levar para as pessoas um entendimento das razões que podem levar alguém a “reagir” em uma situação de assalto. Em seguida, destaquei como ocorrem os traumas e a importância de sabermos identificar as situações de risco para agirmos adequadamente e preventivamente.
Os riscos de reagir a assalto.
Constantemente, ouvimos e somos ensinados que nunca devemos reagir a um assalto. Porém, muitas vezes, temos notícias de casos em que as pessoas reagiram e o resultado não foi nada bom. Mesmo sabendo que não se deve reagir a assalto, há várias razões que levam uma pessoa a isso durante uma abordagem. Porém, um desses motivos é pouco destacado nessas situações. É o comportamento reflexo ou comportamento inato.
O comportamento reflexo ou instintivo é aquele que faz parte da bagagem filogenética (história de vida da humanidade), no qual temos um padrão comportamental próprio para reagir em situações específicas, como início da interação do indivíduo com o ambiente, sua adaptação, sobrevivência e reações diante de situações de perigo. Ou seja, é inerente ao nosso organismo o comportamento de defesa e isso supera, inclusive, nossas aprendizagem mais racionais.
Nesse sentido é que as pessoas, principalmente algumas da mídia que divulgam as notícias sobre reações a assaltos, precisam considerar que mais do que um ato impensado ou irresponsável com a própria vida/segurança, aquilo que chamamos de “reação a assalto” pode ser um ato reflexo. Uma reação à mudança do ambiente ou presença de um sinal de perigo; algo da mesma categoria da resposta que emitimos quando levamos um susto trivial.
Isso significa que são respostas do organismo. E mesmo que tenhamos orientações e aprendizados para não nos comportarmos assim, a bagagem filogenética tende a “falar” mais alto nessas horas.
A ameaça de um assalto, por exemplo, é uma mudança brusca no ambiente e por isso as pessoas apresentam respostas reflexas a essa alteração. Isso é comum a todos os organismos, humanos e não-humanos.
Na matéria, falei sobre os riscos desse comportamento e porque, mesmo com a orientações e recomendações da autoridades em segurança, as pessoas, muitas vezes, terminam reagindo. Confira no vídeo abaixo: