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A Terapia Comportamental é um ramo da psicologia que aborda os problemas psicológicos com base nos princípios da corrente filosófica da ciência conhecida como Behaviorismo. Além dessa base, essa abordagem psicológica utiliza as teorias relacionadas ao comportamento humano, fundamentadas na Análise Experimental do Comportamento. No entanto, poucas pessoas estão familiarizadas com os fundamentos dessa modalidade terapêutica.

De acordo com o Behaviorismo, o comportamento humano é ordenado e, portanto, passível de estudo científico, de maneira análoga ao que ocorre nas ciências naturais. Essa perspectiva orienta o trabalho do psicólogo comportamental, que busca, em colaboração com o paciente, identificar os eventos do ambiente que influenciam os comportamentos problemáticos, assim como compreender o que sustenta determinadas formas de agir. Em outras palavras, analisar e compreender o ambiente no qual o paciente está inserido (contextos, histórico e relações) é fundamental para o sucesso terapêutico. Além disso, conforme Skinner afirmou, o ser humano modifica o ambiente, mas também é modificado por ele. Portanto, essa interação é uma das chaves para a Terapia Comportamental.

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Para a psicoterapia comportamental, compreender o comportamento humano perpassa pela compreensão da pessoa em seu ambiente.

Terapia Comportamental

Skinner foi o proponente do Behaviorismo Radical. Ele buscou compreender o comportamento em função das inter-relações entre a evolução da espécie humana (filogenética), o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo (ontogênese). Assim, nessa perspectiva, um transtorno psicológico como a depressão, por exemplo, deve ser analisado e compreendido como um conjunto de comportamentos que afetam o indivíduo. Ou seja, todas as variáveis históricas, ambientais e subjetivas devem ser consideradas à luz de episódios que podem determinar, influenciar e manter a expressão da queixa comportamental em questão.

Para o terapeuta comportamental, pensamentos e sentimentos também são comportamentos como qualquer outra ação. Essa, sem dúvidas, foi a grande sacada de Skinner. Para ele, os comportamentos subjetivos, a exemplo do pensamento e do sentimento, são distintos dos demais fenômenos investigados pelas ciências apenas pela maneira como se tem acesso a eles. Afinal, embora não seja possível visualizar o pensar e o sentir, é possível ter acesso a eles por meio do relato, bem como outras formas de expressão daquele que pensa e sente. Sendo assim, pensamentos e sentimentos também são considerados, analisados e passíveis de intervenções na terapia comportamental.

Assim, o terapeuta comportamental entende que o paciente é único e seus problemas ou dificuldades são produtos de uma história particular. Tal perspectiva humaniza significativamente o processo terapêutico, pois procura-se compreender a subjetividade do paciente e sua história antes de propor qualquer intervenção. E, o mais importante, tais dados são colhidos por meio da interação e diálogos que ocorrem durante as sessões de psicoterapia.

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Diferentemente do que muitos pensam, os pensamentos e os sentimentos são fundamentais para a Terapia Comportamental.

Qual é o papel do terapeuta na terapia comportamental?

O papel do psicoterapeuta vai além de ser mero ouvinte das queixas dos seus pacientes. Ele também não atua apenas como um espelho às questões apresentadas no contexto terapêutico. Isso significa dizer que a principal função do psicólogo é levar seu paciente a vislumbrar, nos contextos em que convive, as causas e consequências das ações. Obviamente, suscitando e possibilitando, por meio desse processo, novos insights e ações mais adequadas para comportamentos presentes e futuros.

Por isso, o principal instrumento do terapeuta comportamental é o diálogo analítico. Ou seja, um levantamento criterioso das variáveis (eventos, acontecimentos) que estejam funcionalmente relacionados aos comportamentos desejáveis e indesejáveis do paciente. De posse destas informações, é possível construir e propor ações mais eficazes para alcançar o bem-estar e a melhora. Assim, combater os comportamentos-problema, ao mesmo tempo em que busca-se estimular e aumentar a frequência de comportamentos desejáveis, gerando satisfação e felicidade ao paciente.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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