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Na página inicial do meu site há uma frase da qual eu gosto muito: “toda relação tem uma solução“. Essa frase é uma referência para meu trabalho como psicólogo clínico e especialista em terapia de casal e família. No entanto, ela pode não contemplar todos os casais, especialmente aqueles que adotam condutas equivocadas para resolver problemas na relação. Muitos, mesmo identificando que a relação vai mal, agem de forma incoerente, impulsiva e ineficaz. Por exemplo, criar regras fantasiosas para evitar conflitos. Dessa maneira ficam mais distantes de qualquer solução eficiente, determinando assim a infelicidade e o fracasso do relacionamento. 

Também, não raro, são os casos que, por orientações levianas, um dos membros do casal tenta usar recursos para melhorar.  Como: conselhos de amigos, parentes ou pessoas sem formação acadêmica na área. Contudo, o efeito dessa fórmula costuma ser completamente oposto. Mesmo que a intenção seja a melhor possível, o resultado raramente é satisfatório. Tudo isso compromete a possibilidade de solução, bem como o sucesso e a felicidade do casal.

Não finja demência!

Você pode achar que eu não tenha dito nenhuma novidade até este momento. Sendo assim, talvez, seja a hora de você se perguntar: por que mesmo tendo consciência que minha relação vai mal, ainda finjo demência e pago pra ver onde ela vai dar? Dito de outra forma, é importante saber que os problemas da relação devem servir para o casal se conhecer melhor. Somente de posse desse conhecimento e da experiência adquirida vocês podem decidir sobre a continuidade da relação com mais segurança. 

Quando a relação vai mal e você procura passar por cima dos problemas, termina por inviabilizar o crescimento do casal. Essa atitude impossibilita que se aprenda com as próprias experiências e, por isso, aqueles que fazem vistas grossas às questões da relação, têm dificuldades para construir soluções eficazes. Dessa forma, criam cenários perfeitos para que o convívio fique cada vez mais distante do equilíbrio. E não é apenas isso. Agindo de forma inadequada, estes casais postergam o real enfrentamento e a resolução dos problemas. Por isso, mesmo que você esteja imbuída de excelentes intenções, tenha cautela para não conduzir seu namoro, noivado ou casamento à infelicidade e ao fracasso.

Se a relação vai mal, não seja ingênuo.

É incrível como muitas pessoas são ingênuas ou fingem demência na condução de seus relacionamentos. Como pode uma pessoa acreditar que uma relação que vai de mal a pior simplesmente pode melhorar com um simples ato de fingir que nada aconteceu?

Essa ideia de tentar “deletar” as mágoas, empurrar a sujeira para debaixo do tapete ou criar ideias mágicas para resolver os problemas não funcionam. Não obstante, ainda tem aqueles que decidem adotar mais compromissos e vínculos para salvar a relação. Por exemplo, dar mais um passo na relação, mesmo estando em crise. Tudo isso é uma falácia e mesmo assim é isso que muita gente faz para melhorar ou salvar o relacionamento. Percebendo que a relação vai mal, elas avançam no namoro, noivam, casam, formam patrimônio, adquirem bens… têm filhos. Somente sendo muito ingênuo para acreditar que essas investidas podem salvar uma relação. Ao contrário, isso nos deixa ainda mais vinculados à outra pessoa, tornando vez mais complexa a solução das incompatibilidades do casal.

Em termos práticos, isso funciona mais ou menos assim: Duas pessoas se conhecem, ficam, se gostam e decidem namorar. Logo no início os problemas e incompatibilidades surgem; gerando assim os conflitos, desentendimentos e mágoas. Até aí tudo bem, afinal isso faz parte do processo de conhecimento entre as pessoas. Além do mais, essa é uma oportunidade para o casal se conhecer melhor, amadurecer e, com isso, buscar as intervenções e melhorias adequadas para avançar de forma saudável na relação. Todavia, o que geralmente ocorre quando ambos notam que o convívio não vai bem é a famigerada ideia de criar ainda mais vínculo. A principal justificativa que usam para isso é a velha intenção de melhorar a relação. Mesmo já estando calejados de saber que isso não trouxe bons resultados anteriormente.

Terapia de casal em salvador quando a relação vai mal - Elídio Almeida Psicólogo

A raiz da questão não pode ser negligenciada.

Casais que agem dessa maneira esquecem que nenhuma melhora eficaz ocorre sem que haja um trabalho de base. Ou seja, devemos equacionar ou equilibrar os males da relação na raiz. Para o bem estar da relação, jamais devemos fingir cegueira sentimental e empurrar os conflitos para debaixo do tapete. É com essa idéia que muitos casais partem do princípio que devem dar o próximo passo, negligenciado os problemas. A verdade é que noivar, casar, ter filhos são etapas que devem refletir o conhecimento e o crescimento do casal, jamais o contrário. Acreditar que o simples ato de avançar pode trazer solução aos problemas negligenciados na construção do relacionamento é tolice. Isso raramente contribui para resolver questões fundamentais da vida a dois.

Quando a relação vai mal e você ainda paga pra ver…

Aqueles que agem dessa forma na construção da relação precisam rever imediatamente essa postura. Afinal, em algum momento, sentirão a necessidade de solucionar – de forma efetiva – as pendências deixadas para trás. Todavia devem, desde já, estar cientes que o lapso temporal deixa muitas emoções fora de contexto. Isso pode dificultar ainda mais o processo. Ademais, vale lembrar que os problemas dos passados mostram-se ainda mais complexos devido aos vínculos firmados na leviana expectativa de melhora.

Terapia de casal em salvador quando a relação vai mal - Elídio Almeida Psicólogo

Em suma, cabe dizer que os casais que estão passando por problemas devem sim buscar um avanço. Afinal, acredito e tenho como base para meu trabalho que toda relação tem uma solução. Para isso, é necessário a adoção de condutas adequadas. Estas devem refletir não somente o interesse em ficar junto. Medidas eficazes devem agregar o conhecimento, os aprendizados e a maturidade adquirida pelo casal. Tudo isso deixará o casal menos propenso a reincidir nos mesmos erros de sempre.

Aqueles que estão vendo a relação indo de mal a pior e ainda assim pagam para ver, estão agindo inadequadamente. Dar passos ainda mais audaciosos sem quitar as pendências anteriores e tão imprudente quanto o ato de contrair dívidas estando desempregados e/ou sem fonte de renda. Mesmo cientes que essa lógica tem tudo para dar errada, muitos continuam repetindo os mesmos atos em suas relações. Pense nisso!

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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