O ano termina com uma ótima notícia: em 2022 houve uma queda de 10% no número de divórcios no país, conforme aponta relatório do Cartório Notarial do Brasil. Tal constatação é bastante animadora. Afinal, nos últimos anos, especialmente em razão da pandemia de Covid-19, as dissoluções conjugais registradas em cartórios tiveram um aumento expressivo. Inclusive, tal escalada elevou a Bahia ao segundo lugar no ranking nacional de separações. Por isso, é fundamental compreender as razões por trás desses dados que levaram à diminuição dos divórcios. Desse modo, será possível reduzir ainda mais esses índices, bem como extrair aprendizados essenciais para o sucesso dos relacionamentos amorosos nos anos vindouros.
Convivência intensa sufoca e prejudica o relacionamento
O sonho de muitas pessoas é ter acesso e controle total sobre a vida do parceiro ou parceira. De algum modo, a pandemia de Covid-19 contribuiu para que esse desejo fosse realizado. Isto, pois, especialmente no momento mais crítico da pandemia, muitos casais passaram a conviver 24h por dia sob o mesmo teto. No entanto, o efeito dessa convivência tão intensa foi desastrosa para muitas relações. Afinal, o período de isolamento social coincidiu para o recorde de separações e divórcios em todo o Brasil. Sem dúvidas, isso demonstra que os relacionamentos não suportam tamanha sobrecarga e que o convívio full time é, sem dúvidas, prejudicial para os casais.
No entanto, a pretexto de evitar casos de traição, sanar inseguranças pessoais ou lidar com o ciúmes, muitas pessoas desejam estar junto a todo momento, a fim de vigiar cada passo do companheiro ou da companheira. Nesse sentido, algumas pessoas se sentiram beneficiadas com o confinamento imposto pela pandemia, pois puderam expandir a habitual e danosa vigilância ao par. Por outro lado, a experiência de confinamento revelou que convivências demasiadamente intensas sufocam e prejudicam o relacionamento. Prova disso pode ser vista no expressivo aumento no número de divórcios oficializados no ápice da pandemia.
Queda nos divórcios e dica para os casais
Por isso, é fundamental que aqueles que desejam ter acesso e controle total dos passos do par romântico, compreendam que tal atitude é infrutífera. Pois o convívio exagerado sufoca a relação e pode conduzir o casal à separação. Sem dúvidas, isso é evidenciado pelos recentes dados trazidos pelos Cartórios Notariais que demonstram o aumento no número de divórcios no auge da pandemia, bem como sua respectiva queda na retomada das atividades sociais cotidianas. Dessa maneira, percebe-se que não é por acaso que o decréscimo do trabalho remoto e a volta ao convívio social também coincide com a expressiva queda no número de divórcios em todo o Brasil.
Por isso, é muito animadora a notícia da expressiva queda no número de divórcios no Brasil, em 2022. Além disso, é muito provável que esse decréscimo reflita a retomada da vida fora de casa e, consequentemente, a convivência regular entre os casais. Diante disso, como é praxe entre os brasileiros ponderar sobre os acontecimentos do ano que finda, de modo a planejar as melhorias para o ano novo, convido a todos a essa importante reflexão. Afinal, conforme evidenciado, pulverizar os convívios é essencial à saúde psicológica das pessoas e produz efeitos benéficos para o namoro ou casamento. No entanto, lamentavelmente, muitas pessoas seguem na contramão dessa lógica, não extraindo lições da própria experiência.