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Recentemente lancei uma enquete no meu Instagram questionando as pessoas sobre aquilo que seria o maior medo delas em relação ao relacionamento. Dentre as opções, cada um poderia escolher entre traição, separação ou falta de sexo. A maioria dos votantes, 43%, afirmou que o maior medo quanto ao relacionamento é se deparar com uma traição. Temer que algo ruim aconteça no relacionamento é absolutamente normal e cada um terá seu motivo. No entanto, algumas pessoas vivem em função desse medo e, consequentemente, constroem e mantêm o namoro ou casamento à base dessa tensão. Por isso, aqueles que vivem nessa condição, precisam conhecer outras possibilidades bem mais eficazes de construir e manter um convívio amoroso.

O medo da traição

Qualquer pessoa, homem ou mulher, pode trair. Isso é fato. Para isso acontecer, basta surgir o desejo, a oportunidade e que haja a decisão para que a atitude de infidelidade ocorra. Por isso, não faz sentido que as pessoas vivam em função de tentar afastar as possíveis ameaças de uma traição. Dito em outras palavras, por maior que seja o receio de se deparar com uma traição, nenhuma tentativa de controle será suficiente para barrar o homem ou a mulher que decida trair. Por exemplo, é comum que pessoas inseguras tentem evitar que seus pares tenham vida social ou façam qualquer atividade sozinhos. Outras, contudo, chegam a proibir contatos com amigos e pessoas “suspeitas”. Desse modo, aqueles que agem dessa maneira acreditam – equivocadamente – que assim impedirão que uma traição ocorra. No entanto, mais cedo ou mais tarde, se a outra parte quiser trair, toda essa tentativa de controle não impedirá que a infidelidade ocorra. Ou seja, se você não deseja se deparar com uma frustração desse tipo ou tem medo da traição, o caminho não é o controle. Porém, isso não significa dizer que a traição seja inevitável.

Muitos casais vivem com o medo de se deparar com uma traição e não saber como lidar com a situação.
Muitos casais vivem com o medo de se deparar com uma traição e não saber como lidar com a situação.

Não seja um espantalho no seu relacionamento

A melhor estratégia para evitar a traição é estabelecer uma relação de amplo conhecimento e confiança. Afinal, aqueles que conhecem seu par e fazem bons cultivos no relacionamento não precisam agir como um espantalho de lavoura. Isto é, assim como em plantações rudimentares e vulneráveis, os relacionamentos frágeis precisam de espantalhos para afastar os predadores. Na verdade, o homem ou a mulher que conhece e confia no seu par, tem ciência que os predadores existem e podem atacar a qualquer momento. Contudo, a segurança cultivada na relação não dá margem para que os atos de ciúmes e insegurança ocorram. Em relações desse tipo, o casal parte da premissa que os predadores não têm chances, pois independe da vontade deles para que a traição ocorra. 

Invista no relacionamento sem medo

Por fim, é fundamental destacar que não vale a pena viver um relacionamento à base do medo, seja ele qual for. Todas as pessoas que vivem na condição de medo passam a maior parte do tempo em função desses temores. Isto é, dedicam sua vida e seu tempo para tentar afastar as ameaças, sejam elas o receio da traição ou da separação, da falta de sexo ou qualquer outro temor. Por isso, é necessário construir uma relação sólida e de confiança para que os vínculos sejam efetivos e seguros. Afinal, há muita gente que investe mais no medo do que no relacionamento. Dito em outras palavras, há homens e mulheres que conhecem muito mais as possibilidades de ameaça do que seus próprios pares. Isso é um grande equívoco e deve ser mudado com urgência em prol do sucesso da relação.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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