Esse é o terceiro dos quatro posts sobre HIV e Aids em que trago algumas informações úteis sobre o tema. Iniciei esta série com este post aqui [ 1 ]. Leia também os posts [ 2 ] e [ 4 ]. Acredito que você irá gostar!
No post anterior (aqui) trouxe alguns dados sobre os investimentos em campanhas preventivas e como elas não trazem resultados amplamente eficazes. Assim, perplexamente, vimos que a estratégia vigente dos governos ainda é desconsiderar o histórico do vírus HIV e como ele ainda aterrorizam a população. O que vemos nas investidas de prevenção são informações que não tocam na visão amplamente difundidas ao longo do tempo – que ainda estão presentes no imaginário da população. Todos ainda desconhecem e temem veementemente o HIV. Mesmo assim o Governo espera que, de uma hora para outra as pessoas mudem o rótulo de uma doença que vista pela sociedade como uma das maiores entre os males na saúde mundial.
Por isso quero lhe fazer duas perguntas:
Na sua opinião, por que as pessoas fogem e se esquivam tanto de realizar os testes e saber se têm ou não o vírus do HIV e AIDS? Por que você acha que as pessoas não aderem ao tratamento contra a Aids?
Talvez estejam presentes em suas respostas palavras como: exclusão social, medo, preconceito, discriminação, dentre outros temores que, atrelados a desinformação, fazem com que as pessoas optem por conviver com a incerteza, a insegurança e o risco de perder o controle de suas vidas para um vírus oportunista que usa todas essas condições para se fortalecer às custas da sua vulnerabilidade e indefesa orgânica.
Por isso penso que, juntamente com a prevenção e o tratamento, a INFORMAÇÃO deva ser o principal remédio no combate ao HIV e a Aids.
A discriminação aos portadores de HIV e Aids.
Enquanto um soropositivo for visto como um monstro ou o simples ato de ir até uma unidade de saúde apanhar um medicamento ou fazer um tratamento for tido como a coisa mais abominável da Terra, nunca teremos sucesso nos atos preventivos e de controle da disseminação do vírus.
HIV e AIDS:
Muita coisa pode acontecer quando falta informação sobre a questão.
ATUALIZE-SE!
Para você ter uma ideia, recentemente recebi um jovem no consultório que havia tentado se matar. Para sua família, a tentativa de suicídio foi provocada por uma desilusão amorosa. Mas, na verdade, ele acabara de descobrir que tinha contraído o vírus do HIV.
Logo na primeira sessão, além das condutas padrões para o caso, quis saber sobre suas práticas sexuais, comportamento de prevenção e que informações ele dispunha sobre o HIV. Para ele, ter HIV era sinônimo de estar com Aids. Que iria morrer em poucos dias e por isso quis antecipar sua morte. Felizmente, podemos nos conhecer antes desse fim trágico em sua vida e, assim, podemos desconstruir uma série de informações equivocadas em relação ao vírus, a doença e ao tratamento. Ou seja, juntos construímos uma nova perspectiva de vida muito mais real, com as informações e condutas adequadas. Hoje, fico muito feliz ao percebê-lo bem, feliz, com sua saúde/tratamento em dia e com perspectiva de viver (bem) por muitos e muitos anos.
Depois desse episódio, me veio uma avalanche de questionamentos sobre a realidade do HIV e a Aids no Brasil. Creio que por isso tive o incômodo explicitado no início deste série. No meu entendimento, existe, atualmente, uma realidade dentro dos institutos de pesquisas sobre o HIV/Aids e outra realidade nas campanhas preventivas e peças publicitárias dos órgãos de saúde no Brasil.
Entre esses dois polos, está a população completamente ignorante sobre o tema e consequentemente sofrendo além do necessário com a questão do HIV e Aids da atualidade.
Esse é o terceiro dos quatro posts da série sobre HIV e Aids com algumas informações úteis sobre tema. Há outros três textos anteriores. Caso queira lê-los, clique aqui: [ 1 ], [ 2 ] e [ 4 ].