Esse é o quarto dos quatro posts sobre HIV e Aids em que trago algumas informações úteis sobre o tema. Iniciei esta série com este post aqui [ 1 ]. Leia também os posts [ 2 ] e [ 3 ]. Acredito que você irá gostar!
Infelizmente, depois de décadas e reais avanços na conquista de uma tratamento cada vez mais eficaz que sinaliza para a descoberta da cura a qualquer momento, falar em HIV e Aids ainda soa como um ato terrorista. As pessoas fogem como se precisassem se manter distantes para se sentir-se em segurança.
Não só o tema, mas o próprio risco em si, está muito mais próximo, invisivelmente ou não, em nosso meio e por isso devemos – todos – estar conscientes e alertas. Por todos esses motivos, devemos pôr mais informação nessa discussão para podermos ter atitudes mais adequadas não só no combate à Aids, mas também para podermos nos proteger e buscar ajuda e tratamento, se necessário, de forma mais segura e honesta.
Você deve estar lembrado que falei nos posts anteriores [ 1 ], [ 2 ] e [ 3 ] de um vídeo que foi um dos motivadores para que eu escrevesse essa série de posts, não é verdade? Pois bem, vou te apresentar dois vídeos e gostaria que você assistisse cada um deles e respondesse qual deles informa mais e lhe motivaria a fazer um teste de HIV. Assista:
O primeiro é o vídeo da campanha oficial do Governo, contra o HIV e Aids, #partiuTeste. O segundo é um vídeo do Vlog JoutJout Prazer, intitulado de UMA AULA, vídeo que me sensibilizou a escrevesse sobre este tema aqui no blog.
HIV e AIDS: por que temos tanto medo de tocar nesse assunto?
Você deve ter notado como o primeiro vídeo força a associação do TESTE com: a felicidade, novas experiências escolhas, aventuras, sonhos, caminhos, liberdade, bem-estar… Talvez, depois de assistir o primeiro vídeo e refletir, ainda que rapidamente, sobre tudo o que se ouve falar a respeito do HIV e Aids em nossa sociedade. Será mesmo que uma pessoa se empolgaria a fazer o teste?
Na verdade, se pensarmos um pouco, o primeiro vídeo soa mais uma coisa desconexa, quase uma mentira ou uma tremenda enganação. Pois, ao contrário da mensagem que a campanha tenta passar, fazer um teste e descobrir que se tem HIV é sinônimo, dentro da nossa cultura atual, de perder a felicidade. As novas experiências, os sonhos, a liberdade, o bem-estar são fantasias. Ter HIV e Aids hoje em dia é visto como sinônimo de viver num caminho escuro, excluso, isolado e taxado de todos os piores adjetivos que possam ser atribuído a um ser humano. Por isso, o vídeo, ao contrario do que se propõe, soa como enganador, mentiroso, falso e sem credibilidade.
No segundo vídeo, surge uma coisa nova, esclarecedora, instrutiva e, sim, parece dialogar com muito mais facilidade, usando uma linguagem real, informativa, eficiente e eficaz. Em minha opinião, principalmente pela qualidade do serviço prestado, o vídeo do Gabriel merece muito mais os 15 milhões gastos pelo governo numa campanha que, nitidamente, deixa a desejar.
Ao meu ver, atitudes como essa poderiam ir muito mais além do que o material oficial do governo. Penso que, com estas informações, as pessoas que tiveram comportamento de risco sintam-se muito mais encorajadas a fazer o teste e descobrir se possuem o vírus ou não. Penso, também, que quem iniciou o tratamento e porventura abandonou, pode compreender com a franqueza e propriedade do Gabriel, a importância de aderir e levar a sério o tratamento. Mas, o mais importante é que todas essas informações e conscientização destroem o preconceito, a discriminação e a ignorância, comportamentos ainda mais destruidores que o HIV.
Por tudo isso, mesmo tendo sua importância no combate ao HIV e Aids, já está na hora do Governo se atualizar e ser mais honesto com os dados e com a população que vive aterrorizada e desinformada quanto a questão do HIV e Aids no Brasil. Neste momento, é mais que necessário fazer como o Gabriel, encarar a questão de frente, ter uma postura responsável, honesta, transparente e esclarecedora. Tudo isso, dá muito mais segurança tanto nos atos preventivos, quanto na própria questão do tratamento.
A ideia do Governo de tentar mudar o comportamento sem antes fazer um trabalho de base e valorizar a informação como principal motivador, é vista, pelos seus próprios dados, como ineficaz. O que deixa no ar a pergunta: Se não está dando certo, porque se investe tanto dinheiro e mantém o mesmo modelo de ação?
Por isso, penso que todos devemos nos inspirar no Gabriel Estrela e mergulharmos nas informações atualizadas sobre como podemos agir, independente se você é soropositivo, não contaminado, teve um comportamento de risco, está em dúvida, convivem com alguém que tinha sido exposto ou simplesmente quer se proteger ainda mais, informe-se e coloque mais INFORMAÇÃO entre o preconceito e o medo.
Porém, é importante lembrarmos que esse quadro não mudará do dia para a noite e não é nada fácil descobrir que você está contaminado com um vírus ainda incurável que pode levar a várias doenças graves. Como é o caso da Aids.
Mesmo sabendo que o preconceito, na atualidade, é muito mais letal que o vírus, muitas pessoas não conseguem se abrir ou buscar ajuda com familiares e amigos. Até mesmo buscar um profissional não é uma tarefa fácil. Contar com um suporte de uma terapia pode ser extremamente salutar, não só para descobrir o que pode ser feito para restaurar suas emoções. Além de obter orientações de como você pode iniciar o tratamento e que passos deve seguir para vencer todo esse momento com o menor sofrimento possível.
Uma coisa é certa: num consultório de psicologia você não sofrerá com a discriminação e nem o preconceito que ronda o mundo lá fora e pode ser um passo inicial para começar um tratamento eficaz . Se em algum momento você passar a conviver ou tiver qualquer contato com o HIV, lembre-se que existe um mundo real, honesto e possível, diferente do que aparece nas campanhas do governo. Pense nisso e viva mais!
Esse é o quarto dos quatro posts post da série sobre HIV e Aids com algumas informações úteis sobre tema. Há outros três textos anteriores. Caso queira lê-los, clique aqui: [ 1 ], [ 2 ] e [ 3 ].