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Na edição do dia 24/05/2020, o jornal Correio trouxe uma matéria especial sobre a vida dos casais durante o distanciamento social imposto pelo novo Coronavírus. O título do texto proposto pelo jornalista Vitor Villar foi bastante convidativo: “Como não odiar seu parceiro na quarentena e ainda namorar um pouquinho“. A publicação apresentou algumas dicas elaboradas por mim, com o intuito de ajudar as pessoas a tentar resolver os principais dramas dos relacionamentos em tempos de pandemia. Afinal, é fato que um relacionamento em crise pode ser potencializado pelo confinamento. Veja aqui a matéria na íntegra.

Relacionamento em crise e os problemas antigos

Inicialmente, procurei destacar na matéria que muitos dos problemas enfrentados pelos casais nesse momento de distanciamento social podem estar relacionados a complicações antigas da relação. Ou seja, por alguma razão, os casais vinham acumulando problemas não solucionados que culminaram ou atingiram o ápice nesse momento de convivência intensa devido ao confinamento. Desse modo, é fato que muitos relacionamentos estão em crise. Contudo, a origem pode não ter sido o confinamento determinado pela pandemia. 

No contexto de distanciamento social imposto pela pandemia as pessoas inevitavelmente passam a ter uma convivência mais intensa. Desse modo, elas não têm como fugir dos problemas. Mesmo assim, muitos casais podem atribuir os conflitos que já existiam a essa convivência intensa. Porém, a crise no relacionamento pode ser reflexo de uma convivência que não vinha bem há algum tempo ou com problemas postergados.

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Muitos casais acreditam que o relacionamento em crise é um efeito da pandemia. Contudo, a convivência intensa imposta pelo coronavírus evidenciou problemas antigos do casal.

Comunicação clara e respeito à individualidade

Outro ponto que fiz questão de destacar na referida matéria foi a importância da comunicação e expressão clara dos sentimentos e emoções. Da mesma forma, chamei a atenção para o respeito à individualidade dos pares. Chamar a atenção para esses pontos se deve à conjuntura que permeia muitos relacionamentos cotidianamente. Ou seja, é comum que algumas pessoas julguem que seus companheiros ou companheiras têm bola de cristal para adivinhar aquilo que se passa dentro delas. Dessa forma, falham na comunicação daquilo que estão sentindo, gerando ainda mais problemas e conflitos no relacionamento.

Por fim, também com o propósito de ajudar que os relacionamentos em crise sejam socorridos, bem como os demais não sejam afetados pela intensidade do convívio durante o confinamento, lancei luz para a questão da individualidade. Na prática cotidiana, é comum algumas pessoas acharem que se tornam siameses após o casamento. Isso é um erro! Aqueles que se fundem ao outro na relação não só suprimem as individualidades como sufocam o relacionamento. Por isso, fica a dica para respeitar o espaço alheio, entendendo que não é o fato de fazer tudo junto ou ter uma atuação onisciente, onipresente e onipotente, que trará felicidade ao casal. 

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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