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No post “Como funciona a Terapia de Casal?“, falei sobre a recorrência dessa pergunta por parte daqueles que estão buscando melhorias para o relacionamento. Também destaquei a configuração desse modelo de terapia e como deve agir o psicólogo que atende casais. Seguindo essa mesma perspectiva, mostra-se de suma importância  abordar – didaticamente – a relevância da Terapia Casal em relação à Terapia Individual. Afinal, também recebo muitas indagações acerca de qual modelo terapêutico é o mais indicado para as questões afetivas. Isso ocorre, especialmente, nos casos em que o foco a ser abordado refere-se aos dilemas do namoro ou casamento.

A temática conjugal não está restrita à Terapia de Casal. Ainda assim, torna-se  importante elucidar as razões pelas quais esse modelo terapêutico é recomendado. Algumas pessoas acreditam que o fato de discorrer sobre assuntos do relacionamento na Terapia Individual, já configura uma Terapia de Casal. Tal ideia não é verdadeira. A Terapia de Casal é um processo colaborativo com participação ativa do casal. Em outras palavras, com a ajuda do psicólogo e participação atuante dos cônjuges, a trajetória da relação é posta em revista. Diante disso, é possível ajustar a linguagem do casal, bem como identificar a raiz dos problemas ali vivenciados. Além disso, trata-se de uma dinâmica terapêutica que permite eleger com mais eficácia os pontos fortes de cada um em prol da prosperidade do relacionamento.

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A Terapia de Casal ajudar a reestabelecer a comunicação

Terapia do amor

De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa, relacionamento é uma “ligação existente entre pessoas, coisas ou fatos“. Assim sendo, uma relação conjugal se dá pelo envolvimento de duas partes que interagem e convivem nessa associação. Em outras palavras, a constituição de um relacionamento é dada de forma partilhada. Talvez a exceção a este preceito seja os casos de amor platônico. No entanto, considerando a concepção conjunta do relacionamento, as reflexões e ajustes que visam beneficiar o casal, devem ser feitas em parceria, não solitariamente por um dos membros dessa relação. Não por acaso, a Terapia de Casal é conhecida como “oficina dos relacionamentos” ou “Terapia do Amor”. Assim sendo, a participação do casal é fundamental.

Em vista disso, mostra-se ilógico que justamente na crise conjugal, os investimentos em prol de aperfeiçoamentos sejam feitos de forma solitária. Ainda assim, uma gama considerável de pessoas encontram-se sozinhas em suas terapias individuais tentando resolver os dilemas do relacionamento amoroso. Nesse formato, os resultados terapêuticos podem ser ineficientes ou demasiadamente demorados. Isso porque falta no processo um elemento essencial: a perspectiva da outra parte.

Por essa razão, a Terapia de Casal é um modelo especial de psicoterapia. Ou seja, se um relacionamento é uma construção partilhada, seu ajustamento também deve ser feito de forma colaborativa. Dito isso, é possível compreender quando é feita a recomendação para terapia de casal. Ela é recomenda sempre que for identificado que as fissuras da relação compete aos dois lados da moeda. 

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O relacionamento é uma construção partilhada em todos os momentos, inclusive nos momentos de superação dos problemas

Terapia de casal resolve?

Ao longo de todos esses anos como psicólogo e terapeuta de casal, minha experiência mostra que sim. Esse know-how permite-me afirmar com segurança que a maior parte dos casais permanecem juntos – e num relacionamento mais cúmplice  – após a terapia. No entanto, é imprescindível que ambos estejam com o intuito de superar os problemas e evoluir na relação. Para não me ater a apenas a minha prática clínica, cito aqui Gurman (1978): 

A terapia conjunta ajuda os cônjuges a manter o casamento em uma proporção superior ao da terapia individual, o que pode trazer importantes repercussões para a vida das pessoas.

Muito embora, nem tudo são flores. Obviamente, existem alguns casos que podem culminar na temida e indesejada separação. Um exemplo disso são os episódios em que o casal busca a terapia com uma das partes já decidida (em segredo) a se separar. Ou seja, embora tenha aceitado o tratamento, essa decisão não se deu pela convicção de que uma medida pode ser tomada para salvar o relacionamento. Ao contrário. Geralmente, o intuito dessa pessoa é se precaver da acusação de não ter cooperado o suficiente para o sucesso do casamento.

Além do mais, alguns casais procuram o psicólogo como uma “última esperança” para restaurar a relação. Casos assim possuem um nível de desgaste, por vezes, crônico. Nesse âmbito, esperam que o profissional ateste aquilo que sozinhos não conseguem sustentar: a incompatibilidade do convívio entre os dois. Por isso, recomendo sempre que os casais busquem ajuda por meio da Terapia de Casal o quanto antes. A intervenção precoce ou nos estágios iniciais, garante melhores resultados.

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O psicólogo age como mediador na retomada da harmonia entre o casal

Na alegria e na tristeza

Para finalizar, faço questão de endossar a eficácia da Terapia de Casal. Nesse sentido, chamo a atenção para a importância da parceria e do comprometimento das partes envolvidas, inclusive nesse momento delicado para a relação. Ademais, destaco que o sucesso desse método terapêutico reflete o compromisso do casal. Afinal, esse modelo de psicoterapia lançará luz sobre os obstáculos e acertos do relacionamento. Nesse momento tão importante, a ausência de uma das partes pode colocar em xeque aquela promessa de que “estaremos juntos na alegria e na tristeza“. Pense nisso e até o próximo texto.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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