Na música solidão, o pernambucano Alceu Valença diz que esse sentimento “é fera, devora, faz os relógios caminharem lentos, causando descompasso no coração”. A solidão, inclusive nos termos do cantor, é a antítese do bem-estar e da normalidade humana. Não por acaso, muitos evitam a qualquer custo se deparar ou conviver com esse sentimento. Mesmo assim, há aqueles que se vangloriam da vida solitária, contudo, parte desse grupo pode ter se frustrado nas interações sociais ou interpessoais.
O homem é um ser social
Autores como Aristóteles, Marx e Engels concordam que o homem é um ser social. Para eles, em síntese, o ser humano é carente e precisa de outros membros da espécie para sobreviver. Carência aqui não está exclusivamente relacionada a suporte emocional, mas à necessidade do outro e das relações para que o indivíduo possa existir e sobreviver. Por isso que a solidão se opõe à normalidade e ao bem-estar das pessoas. Cientes disso, muitas delas procuram evitar a experiência solitária e se submetem a comportamentos autodepeciativos e autodestrutivos para fugir da solidão. A título de exemplo, muitas aceitam pessoas e relações tóxicas em suas vidas, na tentativa de driblar a vida solitária.
Altas expectativas e frustração
A solidão, inevitavelmente, leva à reflexão sobre os relacionamentos, sejam eles sociais ou amorosos. Normalmente, ao investir nessas relações, as pessoas criam expectativas muito altas quanto aos frutos desses convívios. Contudo, doses elevadas de expectativas costumam ter como resultado a decepção e com ela o entendimento que as relações interpessoais não valem à pena. Por isso, muitas pessoas se apegam ao mito “viver sozinho é melhor“. Casos assim, analisados a grosso modo, parecem fazer sentido. Todavia, tal argumento não passa de uma forma paliativa de autoproteção ou fuga de novas convivências. Ou seja, aqueles que chegam ao estágio “antes só que mal acompanhada” sabem que não estão felizes, porém esse modo de vida soa menos pior que as experiências passadas.
Vida solitária: ação e reação
Nessa questão da solidão, um aspecto interessante a ser ressaltado é que todas as atitudes para com as outras pessoas influenciam o tratamento que elas retribuem. Em outras palavras, o sucesso ou fracasso das relações é sempre uma via de mão dupla, ou seja, uma troca. Assim, do mesmo modo que as pessoas sinalizam se estão bem ou mal no relacionamento, certamente elas esperam da outra parte feedbacks equivalentes. Agir dessa maneira, isto é, expressando sentimentos e emoções, é fundamental para que as relações se aprimorem, diminuindo a frequências da solidão. No entanto, nem sempre é possível saber se as “dicas” estão adequadas. Às vezes, é necessário reavaliar a maneira pela qual esses sinais são dados aos outros.
Essa reavaliação pode ser útil para descobrir novas formas de interagir com o mundo e buscar estratégias para afastar a solidão e outros sentimentos ruins. Mudar, pode favorecer as condições que trazem mais oportunidades para que as relações sejam construídas e mantidas adequadamente. Consequentemente, surjam os sentimentos bons. Porém, nem sempre é fácil fazer isso sozinho. Por isso, a ajuda profissional pode contribuir para que as ações e reações sejam melhores e mais produtivas.
Olha foi um achado muito boa esta reportagem me ajudou muito e tmbém to passando a muitas pessoas que eu o conheço..
as pessoas só não sabe como lidar eu tmbém mesmo com gentes por perto sinto muitas solidão tmbém li e reli tudo vale apenas ler o que falta nesta vida é pessoas com mais amor e que tmbém colabore com as outras pessoas com um simples gesto.. grato e muito obrigado pela oportunidade de nos colocar esta matéria..
Olá Maria, muito obrigado pela vista e pela divulgação. Fico feliz que tenha ajudado e espero poder ajudar ainda mais.
Olá Elídio, adorei ler sua matéria, tenho tido muitos problemas em relação a solidão. A pouco tempo me mudei e passei bastante tempo longe dos meus amigos, após isso todas as vezes em que os vejo eles sempre estão distantes, diferentes, muitas vezes me tratam mal ou me ignoram e não sei como lidar com isso. Sou filha mais velha de pais separados, moro com minha mãe e também não mantemos uma relação muito boa, então esperava contar com meus amigos mas já vi que não os o possuo mais… Ainda bem que tenho um namorado maravilhoso que me dá todo o apoio e amor do mundo, mas sempre há aquela sensação de ausência na minha vida, não sei como lidar com isso fico chateada e desconto em pessoas que não mereçem… Por favor, peço sua ajuda, grata desde já.
Olá Giuliana!
Obrigado contato. Compreendo sua situação. Penso que a psicoterapia poderia lhe ser bastante útil para compreender melhor toda essa situação e encontrar possibilidades de mudança. Se puder ajudar de alguma forma estarei à disposição.