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A impotência sexual masculina sempre demandou uma preocupação especial dentre as expressões comportamentais do homem. Para termos uma ideia dessa preocupação, já na época Renascentista, aproximadamente entre fins do século XIV e início do século XVII, o célebre mestre Leonardo da Vinci dissecava cadáveres de pessoas enforcadas para observar o funcionamento do pênis. Com isso, ele observou que o pênis endurecia quando se enchia de sangue e, a partir dessa observação, foi um dos pioneiros a compreender o mecanismo da ereção peniana.
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Naquela época, Da Vinci acreditava que o cérebro não participava do mecanismo da ereção, mas não tardou a perceber que estava enganado. Desde então, as pesquisas e estudos passaram a dar mais atenção aos aspectos emocionais envolvidos na “disfunção” erétil (mais a frente argumentarei sobre as aspas).
Nos últimos anos, no entanto, extensa variedade de estudos provocaram uma revolução nessa área, possibilitando melhor entendimento da fisiologia peniana, os aspectos emocionais envolvidos no comportamento desse órgão e, consequentemente, a descoberta de novos métodos para o tratamento da impotência sexual masculina e os outros transtornos sexuais.

Impotência sexual masculina: o que você precisa saber.

Como você já pode perceber, o tema é bastante amplo e demanda uma compreensão bem mais sistematizada. Por isso, antes mesmo de falar com mais ênfase sobre a impotência sexual masculina, suas causas, consequências e tratamentos, vou apresentar, neste post, os principais transtornos sexuais que acometem homens e mulheres, bem como a definição e a prevalência de cada um deles em nossa população.
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Em postagens futuras, trarei mais informações úteis sobre essas questões para você, especialmente sobre a impotência sexual masculina. Por hora, além dos principais transtornos, vamos compreender como devemos abordar temas tão complexos e delicados, que envolvem uma série de elementos morais, físico-orgânicos, sociais, culturais e até mesmo religiosos. Aqui, o método eleito para compreendermos essa questão será o Biopsicossocial.

Impotência sexual: uma compreensão biopsicossocial.

Segundo o modelo biopsicossocial, que é uma maneira de compreender o homem levando em consideração os fatores biológico, psicológico e o meio social no qual ele está inserido. Assim, devemos ter em vista, desde então, que qualquer intervenção a partir da perspectiva de apenas um dos fatores acima citados, geralmente fracassa, pois descaracteriza a origem – normalmente – multicausal da impotência, dos outros transtornos e seus elementos.
Por exemplo, é muito comum os homens acharem que um episódio de impotência sexual é sinal exclusivo de um problema físico-orgânico, quando, na grande maioria, esta falha está relacionada com uma característica emocional atrelada àquele momento.
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Transtornos sexuais.

Você vai conhecer agora alguns dos transtornos sexuais, além da tão frequente, popular e temida impotência sexual. Você vai descobrir que existem muitas outras dificuldades enfrentadas por homens e mulheres na prática sexual. Fique atento às definições, características e a incidência de cada um deles. Talvez você descubra mais sobre situações que por ventura vem passando ou poderá adquirir informações para ajudar seu companheiro/companheira ou até outras pessoas do seu convívio.

Desejo sexual hipoativo:

Ocorre quando homens e mulheres possuem baixos níveis de comportamentos eróticos e poucas atividades sexuais. Os estudos científicos que procuram determinar a prevalência desse transtorno na população geral apontam que cerca de 16% dos homens apresentam baixo desejo sexual e por conta disso vivem uma vida quase assexuada. (Não encontrei a prevalência entre as mulheres).

Aversão ao sexo:

Pode ser compreendido como uma forma extremada de baixo desejo sexual visto acima. Neste transtorno, homens e mulheres possuem uma aversão – consciente ou inconsciente – em relação ao sexo e temem ou evitam todo – ou quase todo – contato sexual. Este comportamento normalmente está relacionado a traumas vividos pela pessoa.
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Transtorno orgásmico:

O transtorno orgásmico masculino diz respeito à demora – ocasional ou constante – e à ausência de orgasmo durante a estimulação sexual. Este transtorno é observado raramente na prática clínica, sendo o transtorno sexual masculino menos frequente, ocorrendo entre 4 e 10% dos homens que vão em busca de atendimento especializado. Nas mulheres, este transtorno é mais compreendido como anorgasmia.

Ejaculação precoce:

A ejaculação precoce refere-se à ejaculação com uma estimulação sexual mínima, a qual pode acontecer antes, no momento, logo após a penetração ou “antes do desejado” pelo homem. Este transtorno é frequente, sendo que 36 a 38% dos homens da população geral podem apresentar ejaculação precoce. Além disso, estudos constataram que esse transtorno aparece em 20% dos homens que procuram atendimento clínico especializado e muitas vezes está relacionado a comportamentos ansiogênicos.

Dispareunia:

A dispareunia é uma dor genital persistente ou recorrente durante a relação sexual e que não é causada exclusivamente pela falta de lubrificação. A prevalência desse transtorno nos homens é ainda desconhecida, porém é sabido que causa enormes problemas para quem tem ou convive com essa situação. 

Transtorno erétil masculino:

O transtorno erétil masculino, popularmente conhecido como impotência sexual, diz respeito à incapacidade – pontual ou persistente – do homem conseguir ter ou manter a ereção até a finalização da atividade sexual. Este transtorno apresenta grande importância clínica, pois os estudos apontam que ele afeta sistematicamente e de forma ampla a vida do homem acometido por essa situação; interferindo em sua vida profissional e pessoal, especialmente na sua relação amorosa, auto estima, segurança e sua vida sexual.
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Saiba mais:

Agora que você já conhece um pouco mais a variedade e algumas das características dos transtornos sexuais que acometem principalmente os homens, precisamos pensar a que estes transtornos estão relacionados – se a fatores biológicos, psicológicos e sociais; isoladamente ou se no conjunto biopsicossocial cumprem uma ou algumas funções na vida e nas atividades sexuais das pessoas.
Opa! Você deve estar se perguntando: Como assim um transtorno sexual cumpre uma função na minha vida?
Calma, já vou tentar explicar. Lembra que lá no primeiro parágrafo deste texto falei que iria argumentar sobre as aspas que coloquei na palavra “disfunção” quando me referi ao termo “disfunção” erétil?
Pois bem, o que muita gente não sabe é que muitos dos problemas enfrentados em função dos transtornos sexuais, são decorrentes de maus funcionamentos e arranjos inadequados na dinâmica biopsicossocial das pessoas. De forma sucinta, é como se pensássemos que quando há um desequilíbrio em um ou entre os elementos biopsicossocial em sua vida, o organismo procurasse um meio de comunicar, sinalizar ou pedir socorro e uma das formas disso ser feito é impedindo ou dificultando sua vida sexual.
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Assim, em primeira instância, você pode achar estranho, mas é dessa forma que nosso organismo reage às mais variadas situações. Por exemplo, quando ficamos um longo período sem nos alimentar começamos a ter tremores no corpo, dores de cabeça, tonturas, visão turva, baixa concentração etc. E tudo isso parece cumprir a função de dizer que você precisa se alimentar.
Anteriormente, quando citei os experimentos e pesquisas de Da Vinci, falei que ele acreditava inicialmente que a impotência sexual era meramente uma ação sem a interferência do cérebro e, por outras palavras, sem interferência emocional. Com esse pensamento refutado, devemos – inclusive privilegiando o modelo biopsicossocial – considerar que quando um órgão ou comportamento sexual não funciona adequadamente, pode haver nessas situações uma deficiência orgânica, um problema psicológico ou um conflito social.
Por isso, muitos estudos têm questionado o termo “disfunção sexual“, pois tanto nos estudos, pesquisas, atendimentos clínicos e na observação cotidiana, vemos que quando o órgão sexual falha, ele está cumprindo uma função, a de sinalizar/comunicar que algo no indivíduo ou na relação não vai bem.
Como disse anteriormente, os transtornos sexuais – especialmente a impotência sexual masculina – são temas bastante amplos, complexos e que demandam uma compreensão bem mais sistematizada e com suporte profissional.
Em breve, publicarei mais posts sobre essa temática, falando sobre causas, consequências e tratamentos, para ajudar você a ter mais propriedade sobre o assunto. Mas lembre-se que a grande maioria destes transtornos tem cura e ajuda bastante quando é dado o tratamento adequado. Por isso, procure o profissional de sua confiança, apresente sua situação e seja mais feliz.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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