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A ansiedade sempre esteve presente na vida do homem. Desde a época das cavernas até os dias atuais, sempre lidamos intimamente com esse estado emocional. A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade, tipos e efeitos da ansiedade sobre o nosso organismo e, principalmente, atentando para as consequências que ela traz para nossa vida.

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Muito já se sabe que, durante o desenvolvimento da espécie humana, a ansiedade esteve a serviço da nossa sobrevivência. Diante dos perigos próprios da luta pela vida, nossos antepassados conseguiram se antecipar às situações aversivas e, com isso, decidir sobre o que fazer para lidar com essa situação; decisão essa que poderia figurar desde o enfrentamento até a fuga.

Ou seja, se, por um lado, a ansiedade era um mecanismo útil no caso das ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, das mudanças climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço… Por outro lado, desde então, a ansiedade esteve associada a outros sentimentos determinados pelo perigo, pelas ameaças, pelo desconhecido e pela perspectiva de sofrimento. Como esses sentimentos nunca foram agradáveis a nós humanos, sempre procuramos, a todo custo, evitar lidar, enfrentar ou conviver com eles.

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Ansiedade crônica

A ansiedade funciona como pré-aversivos. Pré-aversivo seria algo parecido com o que esses ovos que estão na caixa estão sentindo. É esse tipo de ansiedade que temos tido nos últimos tempos, aquela que – de certa forma – nos diz o que poderá acontecer.

Parece que, com o passar do tempo, a ansiedade deixou de cumprir a função básica de nos preparar para enfrentar as situações que ainda estão por vir. Antes ela nos preparava para a situação aversiva. Hoje a ansiedade tornou-se um sentimento pré-aversivo que traz consigo, de forma antecipatória, todas as consequências, sentimentos e emoções que está no futuro (e possa ser que, efetivamente, nem aconteça!).

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Lógico que antecipar, de tamanha forma, o sofrimento futuro trouxe para a humanidade uma série de distúrbios e transtornos psicológicos. Tudo isso porque as pessoas colocaram a ansiedade, não mais a serviço de sua sobrevivência, como fazia antes, mas sim a serviço de evitar as situações aversivas ou os sofrimentos futuros, mesmo que isso também tenha gerado muito sofrimento, transtornos mentais e muitas dificuldades para todos.

É como se estivéssemos apenas atentos ao ganho de evitar as dificuldades futuras e esquecendo os prejuízos que estamos tendo no presente. Por exemplo, se um homem sabe que ao paquerar uma mulher ele ficaria bastante ansioso pela possibilidade da resposta ser um não, ele tentaria evitar esse não deixando de paquerá-la. No entanto, continuará sofrendo com a solidão no presente, mesmo acreditando que seria mais vantajoso o “ganho” do futuro ruim que “evitou”. Desse modo, com ações desse tipo, vamos perpetuando em nossa natureza a capacidade de reagirmos ansiosamente diante das eventuais ameaças.

A ansiedade faz parte de um legado histórico da evolução da humanidade. Antes ela era benéfica, mas o mau uso fez com que a ansiedade se tornasse uma vila em nossas vidas.

Hoje em dia são muitos os fatores que nos causam ansiedade e fazem nosso coração bater mais forte, como diante do desemprego, dos preços altos, das dificuldades para educação dos filhos, das perspectivas de um futuro sombrio, dos muitos compromissos econômicos cotidianos, da competitividade social, da insegurança, das dificuldades e frustrações nos relacionamentos e assim por diante.

Muitas delas podem até ser abstratas, mas certamente ganharão proporções em função de cada pessoa ser única e ter seu modo particular de enxergar o mundo, o presente e o futuro. Em outros tempos, tais ameaças eram concretas e a pessoa tinha, praticamente, que decidir entre fugir ou enfrentar. Hoje em dia esse objeto de perigo vive dentro de nós e vive, dorme e acorda conosco.

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Como se vê, hoje, nossa ansiedade é contínua e crônica. Se a adrenalina antes aumentava só de vez em quando, hoje ela é aumentada diariamente. Hoje as pessoas vivem com um sentimento de apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, de modo que a ansiedade representa um contínuo estado de alerta e provoca uma constante necessidade de terminar as coisas que ainda nem começamos.

Por isso que, por exemplo, o domingo para muitas pessoas representa uma apreensão da segunda-feira e a pessoa, antes de dormir, já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer. E nesse processo, se a pessoa que vive ansiosa não parar imediatamente para rever sua atuação nessa vida estressante e ansiosa, poderá começar a sofrer pela segunda-feira não somente no domingo, mas no sábado, na sexta… Antecipando cada vez mais o sofrimento que pode estar somente no futuro.

Lembre-se que a expressão da ansiedade varia, amplamente, de pessoa para pessoa. Alguns pacientes têm sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou aquele aperto no peito, outros manifestam sintomas gastrointestinais como náusea, vômito, diarréia ou vazio no estômago, outros ainda apresentam mal-estar respiratório ou predomínio de tensão muscular exagerada. Enfim, os sintomas físicos e viscerais variam entre cada paciente. Psicologicamente, a ansiedade pode comprometer as atividades cognitivas e  psíquicas e prejudicar, desde a atenção e memória até a interpretação fiel da realidade.

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Tratamento de ansiedade generalizada

Se você já vive nesses estágios poderá agora mesmo agir como nossos antepassados e se preparar de forma adequada para evitar as dificuldades que estão por vir no futuro próximo. A outra opção seria fazer como muitas pessoas na atualidade que antecipam esse sofrimento e, aos poucos – e cada vez mais – deixar de viver. É hora de darmos mais atenção à quantidade, tipos e efeitos da ansiedade em nossa vida e, principalmente, atentar para as consequências que ela traz. Pense nisso!

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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