A sensação de não ser compreendido é frustrante e causa muito mal estar. Quando isso ocorre, surge a ideia – nem sempre real – que a outra pessoa não tem sensibilidade ou a capacidade necessária para lhe compreender. Todavia, é imprescindível considerar que a maior responsabilidade nesse processo é pessoal, não do outro. Desse modo, compete a você tramitar a informação da maneira mais clara possível. Porém, isso nem sempre é um processo fácil de ser executado. Ainda mais quando o assunto em questão são os sentimentos e emoções. Assim, a fim de resolver esse problema, torna-se imprescindível compreender um pouco mais sobre o comportamento assertivo.
Por que ninguém me compreende?
Para responder a essa pergunta seria necessário conhecer você e entender mais sobre esses episódios de incompreensão. De qualquer modo, cabe pensar numa situação fictícia que talvez favoreça algum insight a essa questão. Assim, convido você a pensar comigo na seguinte circunstância ficcional:
Dona Flor é uma senhora que sempre reclama que as pessoas não a compreende adequadamente. Para ela, estabelecer diálogos é muito chato. Nessas situações, costuma sempre ter a sensação que a outra parte não foi capaz de assimilar sua fala. Esses críticos – e equivocados – aspectos levaram nossa personagem a considerar que a maioria das pessoas são burras, pois não entendem seu pensamento. Logo, a protagonista dessa breve história crê que os indivíduos não dispõem de cognição suficiente para acompanhar seu raciocínio.
Assim, o fato dela já ter essa regra pré estabelecida desencadeia uma série de conflitos, visto que sempre inicia qualquer conversa partindo dessa premissa: “o outro não vai me entender.” Ou seja, como julga que a outra parte não irá captar o que diz, omite algumas informações fundamentais ao diálogo. Na sua lógica, como a incompreensão é certa, não precisa gastar energia com isso. Obviamente, como você já percebeu, tal postura inequívoca propicia a outra parte a perda de trechos fundamentais à compressão. Assim, como ela não é clara e omite informações, é de se esperar, de fato, que as pessoas fiquem sem compreender mesmo. Por conta disso, dona Flor sempre fica irritada e tem sua tese corroborada.
Como ser mais claro na minha fala?
Se em algum episódio você concluiu que ninguém te compreende adequadamente, talvez caiba refletir se você não pensou ou agiu como dona Flor. Ainda que tenha se portado de maneira similar, saiba que é possível ser mais claro na sua comunicação. De maneira idêntica, é possível aprender a expressar mais adequadamente os sentimentos e emoções. Para isso, basta desenvolver um repertório de comunicação assertiva. Nesse sentido, o comportamento assertivo tem ajudado muitas pessoas a serem mais claras em seus posicionamentos, portando-se de maneira mais objetiva a fim de obter melhores resultados no que se refere à compreensão.
Uma dica importante para ter uma comunicação mais assertiva é contextualizar amplamente a sua fala. Ou seja, dar exemplos, checar o que a outra parte compreendeu e, se for o caso, explicar de outra forma. O mais importante é que você tenha a sensação de que o diálogo foi produtivo e que se sinta compreendido. Ademais, considere averiguar como o outro entendeu aquilo que disse. Se for o caso, peça para que o interlocutor repita o que expôs tal qual ele compreendeu. Essa dica ajuda você a ouvir o seu próprio discurso, e o auxilia a se colocar no lugar do receptor da mensagem. Esses mecanismos podem aumentar sua chance de ser mais compreendido e assertivo.
Por fim, lembre-se: a responsabilidade pela clareza e compreensão do que você fala é sua. Abraçar essa incumbência para si é um passo importante para ser uma pessoa assertiva. Assim sendo, a ideia de que “ninguém me compreende” ficará cada vez mais no passado. Experimente e veja os resultados.