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Como deixar de fumar? Esse é um questionamento frequente, especialmente pelo fato das pessoas reconhecerem os malefícios que o cigarro pode causar à saúde. Embora demonstrem conhecer a dimensão danosa do comportamento de fumar, muitas ainda desconhecem a função do cigarro em suas vidas. Por isso, é importante conhecer o papel desse habito e buscar meios para deixar de fumar, inclusive com o auxílio da terapia comportamental.

O cigarro não está sozinho

Estudos epidemiológicos (que se dedicam à relação causa-efeito) têm apontado para uma associação entre o tabagismo e certos transtornos psicológicos, principalmente a depressão e ansiedade. Ao fumar, os indivíduos podem concluir que o cigarro é uma fonte de prazer. Outros acreditam que é uma forma de controlar certas sensações, como a fome, a timidez ou a pressão em um ambiente de trabalho. Assim, quando fumam, costumam relatar que se sentem mais calmos e confiantes. Isso, evidentemente, pode aumentar a frequência do ato de fumar.

Vale ressaltar que o entendimento sobre este tipo de associação é fundamental para o tratamento. Afinal, quando o uso do cigarro é interrompido, contextos como os descritos acima são desencadeadores do “desejo” de consumir cigarro. Por isso é muito importante compreender o que leva alguém a fumar e, também, o que mantém esse comportamento. Ou seja, o mais importante não é compreender que uma pessoa fuma porque está ansiosa ou está sob pressão. A prioridade é identificar o que causa esses comportamentos primários, para que estes sejam tratados na origem.

Muitas pessoas desejam deixar de fumar e precisam de ajuda emocional para isso.
Muitas pessoas desejam deixar de fumar e precisam de ajuda emocional para isso.

Tratamento para deixar de fumar

Em primeiro lugar, o tabagismo não deve ser visto somente como um tipo de dependência química. Na verdade, ele deve ser compreendido como um comportamento que sofre influências, principalmente, do contexto de vida do indivíduo. Isto pode ser evidenciado a partir de determinados contextos. Por exemplo, quando a frequência do consumo do cigarro é maior ou menor? Isso auxilia na compreensão do ambiente e as causas dos eventos. Posto isso, deve-se considerar todos os fatores que influenciam no consumo do cigarro. Para tanto, deve-se buscar uma análise detalhada do padrão de consumo do indivíduo.

Em segundo lugar, é importante estabelecer metas para o tratamento. Alguns cuidados deverão ser tomados, pois as circunstâncias às quais os indivíduos estão inseridos podem dificultar ou facilitar no tratamento. Por exemplo, períodos de muito estresse, sobrecargas de trabalho, horas contínuas de estudo, dificuldades nos relacionamentos amorosos e sociais. Tudo isso pode aumentar a ansiedade e, consequentemente, a taxa de consumo do cigarro. Por outro lado, um planejamento detalhado, com metas bem estabelecidas a curto, médio e longo prazo, pode facilitar no tratamento. Tal conduta pode gerenciar e diminuir a frustração durante a mudança do hábito.

Outra etapa é desenvolver comportamentos de enfrentamento, ou seja, preparar os indivíduos para enfrentarem situações sem terem que correr ao cigarro. Isto também será fundamental para prevenir recaídas. Por isso é necessário realizar um levantamento sobre as situações e os contextos nos quais os indivíduos sentem mais vontade de fumar.

Deixar de fumar não é uma meta fácil. Por isso, quando mais suporte, melhores são os resultados.
Deixar de fumar não é uma meta fácil. Por isso, quando mais suporte, melhores são os resultados.

Deixar de fumar

A retirada gradual é a melhor maneira de se iniciar um tratamento para deixar de fumar. Assim, à medida que a pessoa vai parando, ela pode se dar início a novas atividades. Além disso, a diminuição gradual facilita na adaptação do organismo, reduzindo a taxas de nicotina presente no corpo. Contudo, é importante considerar que isso não é uma tarefa fácil. Por isso, a busca por tratamento especializado pode facilitar e tornar a tentativa mais eficaz. Também, é crucial ressaltar a necessidade de se estabelecer metas a serem alcançadas, de modo que as taxas de sucesso sejam percebidas ao logo do processo. Nesse sentido, a psicoterapia comportamental pode fazer uma grande diferença na vida daqueles de desejam parar de fumar. Experimente.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

3 Comments

  • Ágata Liberato disse:

    Olá Elídio,
    Sou estudante do 9º período de Psicologia e estou fazendo meu TCC sobre Tabagismo, dentro da Análise do Comportamento.
    Achei muito interessante seu post e gostaria de saber se você tem mais informações sobre o assunto.
    Se você tiver alguma indicação de bibliografias e não for incômodo, por favor, me envie.
    Att,
    Ágata Liberato

  • Olá Ágata!
    Referências específicas para este tema costumam ser um pouco difíceis, mas mandei algumas para seu email. Vou observar se encontro algumas outras e envio depois. é sempre uma satisfação ajudar.Sucesso!

  • Ágata Liberato disse:

    Elídio, muito obrigada pela ajuda.
    Estou tendo um pouco de dificuldade em encontrar as referências mesmo.
    Abraços.

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