O transtorno do pânico, anteriormente conhecido por síndrome do pânico, é um conjunto de alterações comportamentais que acontecem de forma súbita e intensa, evidenciando intensa insegurança e desconforto emocional. Normalmente os episódios de crise provocam taquicardia, dificuldade de respirar, boca seca, tremores, sudorese, tonturas, vertigens, pernas bambas, náuseas, formigamento, medo de perder o controle, desmaio, medo de morrer e a sensação de que algo terrível irá acontecer. Por isso, e importante saber o que fazer numa crise de pânico.
Crise de pânico e outros quadros emocionais
Por vezes, o transtorno do pânico se apresenta associado a outros quadros psicopatológicos. Por exemplo, a ansiedade generalizada, depressão, transtorno obsessivo compulsivo. De acordo com alguns relatos de quem convive com esse transtorno, as crises de pânico surgem aparentemente “do nada”: “De repente, eu senti uma terrível onda de medo, sem nenhum motivo aparente. Meu coração disparou, tive dor no peito e dificuldade para respirar. Pensei que fosse morrer.” Todavia, a crise não vem do nada. Na verdade, ela pode ser fruto de algum desconforto até então não percebido pelo paciente.
Por isso, as histórias das pessoas que tiveram crise de pânico são de uma vida normal até a ocorrência do primeiro ataque. Depois disso, suas vidas pessoais, profissionais e afetivas ficaram comprometidas. Isso porque os lugares em que ocorreram os ataques de pânico, normalmente, passam a ser evitados, o que leva a restrições importantes na rotina do paciente e seus pares. “Tenho tanto medo. Toda vez que me preparo para sair, tenho aquela desagradável sensação no estômago e me aterrorizo pensando que vou ter outra crise. ”É nesse momento que outros problemas comportamentais podem surgir, tais como, depressão, ansiedade generalizada, agorafobia, bem como o uso indiscriminado de medicamentos.
Fatores influenciadores
As causas dos ataques de pânico estão relacionadas, principalmente, a fatores ambientais/históricos ao longo da vida de cada pessoa. Assim, compreender a história de vida daquele que tem o transtorno do pânico é fundamental para o seu tratamento. Normalmente, as pessoas que sofrem de ataque do pânico costumam apresentar muitos aspectos em comum:
- são pessoas extremamente produtivas no nível profissional;
- costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres;
- são muito exigentes consigo mesmas e não convivem bem com erros ou imprevistos;
- são perfeccionistas com excessiva necessidade de estar no controle e de ter a aprovação dos outros;
- têm tendência a se preocupar demais com os problemas do dia a dia;
- possuem expectativas extremamente altas e tem fortes regras;
- têm dificuldades para diferenciar e lidar com seus sentimentos;
Outras características que têm sido observadas naqueles que desenvolveram o transtorno são a privação afetiva, a dependência emocional e a submissão nas relações interpessoais. Dê uma olhada no vídeo abaixo, ele demonstra um pouco da vida de um casal que sofria por conta do transtorno do pânico:
Tratamento indicado para o transtorno do pânico
Muitas pessoas com transtorno de pânico acreditam que as crises podem ser passageiras e circunstanciais. Com isso, não buscam tratamento especializado. Essa demora compromete o quadro, produzindo aumento na frequência dos ataques/crises, bem como o aumento das limitações na vida da pessoa. Além disso, por não saberem qual profissional procurar e por não entenderem as reações físicas que estão sentindo, procuram as emergências médicas ou prontos-socorros, onde nem sempre há um profissional de saúde mental que pode apresentar um diagnóstico ou tratamento preciso. Obviamente o acompanhamento médico pode ser necessário, todavia a psicoterapia comportamental tem se mostrado eficaz no diagnóstico e tratamento de pessoas com transtorno do pânico.
A terapia comportamental objetiva a promoção de autoconhecimento, levando o paciente a compreender eventos da sua vida que desencadeiam e/ou mantém o pânico. Além disso, essa modalidade terapêutica dispõe de técnicas para promover a melhoria e superação das dificuldades enfrentadas pelo paciente e seus familiares. Vale ressaltar que o transtorno de pânico quando não tratado, produz sérias consequências na vida pessoal, profissional e afetiva e, adequado não tratado adequadamente pode levar até ao suicídio.