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Metas para o ano novo. Acabamos de iniciar um ano novo e juntamente como ele tentamos pôr em prática uma série de objetivos e metas. Emagrecer, trocar de carro, mudar de casa, passar menos horas conectado, poupar dinheiro, ter hábitos mais saudáveis, etc. É enorme a lista de projetos para o ano novo. Todo ano o dilema de como por tudo isso em prática acaba atormentando e mudando a vida de muita gente. Muitas pessoas até iniciam bem nessa implementação de novos hábitos e rotinas. Mas nem todos conseguem chegar a dezembro e marcar todos ou a maior parte dos itens da lista como concluídos. Mas por que isso ocorre?
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Metas para o ano novo. Por que não temos sucesso?

Estudo da Universidade de Scranton, nos EUA, 70% dos americanos fizeram promessas de ano novo no início de 2015. No entanto, quando passou-se a euforia e o entusiasmo do réveillon, ainda em janeiro, apenas 40% seguiram adiante. Desse número, menos da metade conseguiu atingir os objetivos propostos. Para os pesquisadores, a “falta de motivação, dificuldade de estabelecer uma nova rotina e mudar de hábitos foram as barreiras mais citadas pelos entrevistados”.
Considero os dados da pesquisa bastante relevantes. Penso que um estudo com a população brasileira não traria dados muito diferentes. No entanto, tendo a discordar da conclusão dos pesquisadores.  Apontar a desmotivação, as dificuldades nos hábitos e rotinas parecem não explicar as causas do insucesso das metas e objetivos em si. Entendo que para ter havido a desmotivação e as dificuldades, algo mais precisou ter ocorrido. Essa lacuna que pode explicar a real causa do insucesso nas metas e objetivos para o ano novo.
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É importante lembrar que momentos que envolvem fortes emoções como o réveillon, podem atrapalhar a clareza das ideias. Quando um objetivo é definido com tamanha carga emocional, tendemos a criar metas de forma muito otimista. Muitas vezes descontextualizadas da realidade. Soma-se a isso o fato de muitas pessoas fazerem uma lista de metas para o ano novo, apenas pelo simples fato ser uma tradição. Ou seja, muitos apenas repetem o hábito popular e cultural, sem ter um real comprometimento com aquilo que se propõem.

Metas para o ano novo. Dificuldade para por em prática.

Um dos principais problemas na hora de realizar o prometido e por em prática as metas de ano novo é a diferença entre expectativa e realidade. Nosso cérebro é cheio de armadilhas. Nós adoramos visualizar um futuro com aquilo que desejamos. Porém, quase sempre esquecemos de levar em consideração aquilo que realmente somos. Tecnicamente chamamos isso na psicologia de autoengano.
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O autoengano ocorre ocorre – por exemplo – quando você promete que vai emagrecer e nesse momento seu cérebro automaticamente projeta sua imagem na praia, desfilando com a barriga tanquinho. Como essa idealização é tão boa, o cérebro registra essa fantasia como algo real e assim todo o passo a passo para tornar essa fantasia uma realidade costuma ser negligenciado. Como consequência, o investimento para evitar doces, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos não são contemplados nas metas. Por isso, quando a “ficha cai” e a necessidade desses investimentos tornam-se necessárias, você se desmotiva.
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Desse modo, para viabilizar seus objetivos, é importante analisar se eles combinam com a vida que você leva. As metas não são concretizadas apenas através de um estado de dentro pra fora, mas sim um casamento entre realidade e expectativas contextualizadas à sua vida. Por isso, o autoconhecimento é a base para o sucesso. Se você não refletir sobre quem você é, quais são suas regras e como elas funcionam, certamente você não conseguirá atribuir metas condizentes com sua capacidade de realização.
A psicoterapia comportamental tem ajudado muitas pessoas nesse processo de autoconhecimento, no estabelecimento de metas mais adequadas e de muito mais sucesso na vida. Vale sempre lembrar que ninguém faz uma grande revolução da noite para o dia. Mudar hábitos é mais difícil do que imaginamos, especialmente por eles estarem enraizados em nosso perfil comportamental. Essa mudança costuma ter uma alteração processual de um degrau de cada vez. Por isso um suporte profissional para conter a ansiedade e dosar as expectativas é fundamental nesses propósitos de ano novo.
Lembre-se: o importante é não repetir os mesmos erros do passado!

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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