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Finalmente, após dois longos anos sem carnaval, os foliões estão de volta às ruas para curtir a folia momesca. Com as expectativas para matar a saudade do carnaval de rua, muitas pessoas estão apreensivas quanto a este momento. Sem dúvidas, a razão para tamanha angústia, deve-se ao fato do carnaval ser visto como o melhor período do ano para trair. Não por acaso, é justamente no carnaval que mais ocorrem términos, traições e brigas por ciúmes, entre os casais. Por esse motivo, muitas pessoas veem o carnaval como uma grande ameaça aos relacionamentos amorosos. Desse modo, é fundamental compreender os gatilhos que despertam as inseguranças no relacionamento. Além disso, é importante compreender como agir para não permitir que a festa de Momo seja um risco aos bem-estar do namoro ou casamento.

Carnaval é o melhor momento para trair e ter experiências extraconjugais?

Não é atoa que o carnaval é visto como o melhor período do ano para trair e ter experiências extraconjugais. Além do tradicional “dar um tempo” e dos términos em série às vésperas do carnaval, tal ideia é confirmada por dados da plataforma especializada em relações extraconjugais, a Ashley Madison. O app ouviu 1.300 de seus usuários do Brasil, no intuito de compreender o impacto do carnaval nos relacionamentos amorosos. Dentre os participantes do levantamento, 73% afirmaram que Carnaval é o melhor momento para trair e ter experiências extraconjugais, seja a partir dos aplicativos ou nas ruas. 

No mesmo sentido, outro levantamento feito por um site voltado ao público que deseja ter relações extraconjugais, o Second Love, aponta dados pertinentes a esta análise e reflexão. A empresa consultou 2.400 dos seus usuários e listou alguns motivos que alimentam o desejo de trair durante o carnaval. De acordo com esta pesquisa, 70% das pessoas que traem durante o período carnavalesco, não desejam deixar seus relacionamentos. Ou seja, muitas delas querem ter uma aventura ou sentir novas emoções; uma diversão passageira e não um novo compromisso.

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Pessoas que vivem em relacionamentos inseguros veem o carnaval como uma ameaça ao namoro ou casamento.

Por que o carnaval é visto como uma ameaça aos relacionamentos?

Os levantamentos, no entanto, ajudam a compreender a razão pela qual o carnaval provoca tantos temores e crises nos namoros e casamentos. Segundo eles: 

  • 50% dos homens e mulheres que são infiéis, sentem que serão atraídos no carnaval. Isso reforça a ideia na qual pessoas ciumentas agem de tal maneira justamente por terem feito algo semelhante.
  • 68% das mulheres sentem-se mais desejadas durante o carnaval. Sem dúvidas, esse indicativo afeta os homens inseguros e, consequentemente, contribui para as crises de ciúmes e as tentativas de controle dos homens sobre as mulheres;
     
  • 25% delas referem que aventuras do carnaval compensam relacionamentos sem sexo. Ou seja, a folia pode ser uma oportunidade para que muitas mulheres vivam emoções ausentes no dia a dia dos relacionamentos. E isso deveria servir de dica para os homens perceberem o que falta e melhorar seus relacionamentos.
  • 80% dos homens traem motivados pela busca de mais quantidade e variedade. Isto é, pode reforçar a lógica de que o homem não considera o envolvimento emocional para se engajar numa experiência extraconjugal. 

Gatilhos que despertam feridas antigas

Como visto, não é atoa que o carnaval seja visto como uma festa de muita diversão, amores livres, paquera e, claro, muita insegurança para os relacionamentos fragilizados. Isso não quer dizer que os casais não possam curtir a festa em meio a tantas possibilidades de acontecimentos. Na verdade, refletir sobre como uma festa como o carnaval pode afetar o relacionamento é fundamental para compreender que há diversos gatilhos que podem despertar algumas inseguranças no relacionamento. Falar em “despertar”, me parece um termo muito adequado. Afinal, aqueles casais que têm a segurança e a confiança bem consolidadas no seu namoro ou casamento, dificilmente se sentirão ameaçados com as típicas abordagens que ocorrem no carnaval. Dito em outras palavras, os gatilhos despertam feridas antigas. Assim, a insegurança, o ciúmes e o medo de ser traído não surge, necessariamente, no carnaval. Sem dúvidas, é algo já presente no dia a dia da relação; geralmente catalisado em meio a folia.

Assim, é imprescindível que o casal esteja alinhado sobre tudo que pode ocorrer numa festa como o carnaval: paqueras, olhares, abordagens. Refletir previamente sobre a solidez do vínculo construído pelo casal, é um passo essencial antes de cair na folia. Afinal, pessoas com segurança e confiança na sua relação, dificilmente enfrentarão términos, brigas e crises de ciúmes durante o carnaval. Por outro lado, se o saldo da reflexão ou da festa indicar crises, brigas e possibilidades de términos, o casal precisa buscar meios para construir lastros de segurança que eliminem os fantasmas que põem em risco ao namoro ou casamento. Agir dessa maneira pode garantir que o casal viva mais momentos de alegrias e bem-estar, não só a folia de Momo, mas todos os dias da relação.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

One Comment

  • Observador disse:

    Além de ser conhecido como os homens se travestindo e, até saindo do armário! Num dos carnavais fui com um colega, ao chegarmos a rua de show dos travestis e trans, ele acabou se posicionando atras de mim, em dado momento! Depois subimos a hotel de pernoite, transamos e pela manhã desceu a padaria, para comprar café! Depois do café e antes de deixarmos o hotel, voltamos a transar ai menos demorado!

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