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Por que os casamentos estão acabando mais rápido?

O IBGE acaba de divulgar os dados do Registro Civil de 2023, com informações sobre casamento e divórcio no Brasil. Segundo o levantamento, houve uma queda de 3% no número de casamentos heterossexuais em relação a 2022, enquanto os casamentos homossexuais apresentaram um crescimento de 1,6%.

O estudo também apontou um aumento de 4,9% nos divórcios no mesmo período. Além disso, o tempo médio entre casamento e separação diminuiu: em 2010, os casais permaneciam juntos por cerca de 16 anos; em 2023, esse tempo caiu para 13,8 anos.

Outro dado relevante diz respeito à idade média das pessoas no momento do divórcio: os homens se separam, em média, aos 44,3 anos; as mulheres, aos 41,4.

Em resumo, os dados mostram que as pessoas continuam casando menos e se separando mais. Mas o que isso realmente nos revela? O que essas estatísticas dizem sobre a forma como os brasileiros têm vivido os casamentos hoje?

Por que o casamento e o divórcio no Brasil estão mudando?

Os dados do IBGE revelam uma tendência crescente de separações. Isto porque, no levantamento anterior, também houve queda no número de casamentos e aumento no número de divórcios. Contudo, os números por si só não explicam tudo. Para compreender o que está por trás da queda dos casamentos e do aumento das separações, é preciso olhar mais fundo — para dentro das relações e, principalmente, para dentro das pessoas.

Como psicólogo e terapeuta de casais, tenho observado na prática clínica que muitos relacionamentos começam pautados em idealizações. Ou seja, as pessoas se apaixonam por uma ideia de relacionamento perfeito, por um projeto de casal idealizado — e não pela pessoa real com quem estão se relacionando. Além disso, influenciados pelas redes sociais, homens e mulheres criam uma série de listas de exigências e expectativas quase inatingíveis, como se o outro precisasse cumprir todos os requisitos de um amor sem falhas.

Portanto, casamentos construídos com base nessa lógica idealizada enfrentam, inevitavelmente, obstáculos sérios. Assim, os vínculos se tornam frágeis, superficiais e altamente suscetíveis à frustração. Quando isso acontece — e isso é inevitável em algum momento — surge o conflito. E, muitas vezes, ao invés de enfrentá-lo com maturidade, as pessoas preferem romper, se separar. Ou seja, não há espaço para lidar com a diferença, com o desgaste, com o real. Dito em outras palavras, é como se estivéssemos mais interessados em nos sentir bem do que em nos vincular verdadeiramente. E aí, qualquer desconforto vira sinal de fracasso — e não de crescimento.

Casal desconectado sentado no sofá, cada um no celular, com retrato feliz do casal ao fundo — símbolo de idealizações e distância emocional.
A desconexão silenciosa também fala. Expectativas irreais e vínculos frágeis tornam os relacionamentos mais vulneráveis. Elídio Almeida: psicólogo e terapeuta de casal em Salvador.

A terapia pode ser o começo — não o fim

Diante de tantas separações e divórcios, é comum que muitas pessoas pensem que só precisam procurar um psicólogo ou a terapia de casal quando o namoro ou casamento já está à beira do fim. Por isso, é importante dizer: a terapia não precisa — nem deveria — ser o último recurso.

Por experiência, ao longo de toda a minha trajetória como terapeuta de casal, posso afirmar que a convivência a dois exige mais do que afinidade e amor. Qualquer casamento, para que seja próspero, duradouro e bem-sucedido, exige preparo emocional, disposição para o diálogo, autorresponsabilidade e, sobretudo, autoconhecimento. E é exatamente aí que o acompanhamento de um psicólogo, seja na terapia de casal ou individual, pode fazer a diferença.

Durante o processo terapêutico, as pessoas têm a chance de se conhecerem melhor, identificarem padrões de comportamento, compreenderem as próprias limitações e aprenderem a lidar com as diferenças do outro de forma mais saudável. A terapia não é apenas sobre resolver conflitos, mas sobre aprender a construir vínculos mais conscientes e duradouros.

Afinal, amar não é se encaixar nas expectativas do outro — é crescer junto, com verdade e maturidade emocional. E a terapia de casal é um caminho possível antes, durante ou depois da crise.


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