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Estatísticas do site relacionamentos “Coroa Metade” aponta queda no universo de homens e mulheres que estão interessados em casamento. Segundo a plataforma, os “coroas”, como popularmente é chamada a geração 50+, desejam, em sua maioria, apenas namorar ou ter uma amizade colorida. Por outro lado, muitas pessoas não acreditem em relacionamento amoroso ou vida sexual na terceira idade. Porém, o fato é que a maioria dos idosos tem vida sexual ativa e raramente investem nos modelos tradicionais de relação, a exemplo do casamento. Na verdade, homens e mulheres mais velhos almejam amores leves e livres de muitas das convenções sociais.

Sim, os idosos têm vida sexual ativa

No livro “Sexo no cotidiano”, a psiquiatra Carmita Abdo, afirma que um dos equívocos da sociedade moderna é considerar que os idosos não praticam sexo. Segundo a médica, mesmo aqueles que consideram alguma possibilidade de vida sexual na geração 50+, acreditam que os idosos tenham apenas “experiências precárias”. Isso, sem duvidas, é um grande mito, pois eles têm vida sexual ativa, mesmo que ao seu modo. Prova disso pode ser vista no recente levantamento publicado pelo The Journal of Sexual Medicine. O estudo em questão revela que um terço das pessoas que estão entre 70 e 99 anos é sexualmente ativo (31,3%). Neste caso, como sexualmente ativos definiu-se o contato sexual com penetração, masturbação, sexo anal, sexo oral, entre outras práticas semelhantes.

A mesma pesquisa demonstra que, 47% dos sexualmente inativos relataram vivenciar formas de ternura física, tais como: beijos, carícias e contato íntimo (sem penetração ou masturbação). Ou seja, sim, os idosos têm vida sexual ativa. Contudo, a maioria não invista na ideia de buscar um casamento.

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A maioria dos idosos tem vida sexual ativa e não quer casamento.

Namoro e amizade colorida

Conforme destacado anteriormente, a maioria dos idosos busca apenas namorar ou ter uma amizade colorida. Isso, segundo as informações do site de relacionamentos voltado aos homens e mulheres na faixa etária dos 50+. Assim, sem dúvidas, tal posicionamento contribui para a diminuição dos casamentos nesse grupo. Também, em paralelo, além de revelar a forma de relacionamento amoroso para este grupo, essas informações evidenciam que as pessoas da terceira idade estão propensas a buscar amores mais leves e livres de convivências contínuas e intensas nesta fase da vida. Certamente isso se explica por razões como:

  • Pessoas do grupo 50+ têm rotinas já bem estabelecidas e não estariam dispostas a alterá-las ou adaptá-las em prol de um casamento;
  • Muitos, nesta fase da vida, moram com filhos ou outros familiares. Assim sendo, geralmente estão adaptados a esta convivência e têm o fator de sociabilidade contemplado no seu dia a dia.
  • A expectativa de vida, as limitações físicas, dentre outros fatores, também fazem com que busquem pares afetivos para suprir, primordialmente, a parte sentimental e sexual, não contempladas nas relações familiares e sociais.

A realidade sobre os 50+

Como o Brasil é um país de pessoas jovens, sem dúvidas, contribui para que a maioria da população desconheça ou ignore a vida sexual daqueles que têm mais de 50 anos. Por isso, é fundamental propagar o fato de que os 50+ têm libido, vida sexual ativa e vivenciam a sua sexualidade em diversos formatos. Outro mito, contudo, é de que os vovôs e vovós querem relacionamentos, a exemplo dos casamentos. Na verdade, a maioria deste grupo quer apenas namorar, viajar com seus paqueras ou simplesmente manter amizades coloridas. Ou seja, querem relações leves e livres das muitas das convenções sociais. Afinal, eles já tiveram muitas experiências profundas e duradouras ou simplesmente querem aproveitar esta fase da vida para suprir o tempo perdido, bem como viver na velhice aventuras e frissons privados na mocidade.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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