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O filme “The Break-Up” é uma comédia romântica que examina como as amizades são impactadas pelos relacionamentos amorosos. Lançado no Brasil em 2006 com o título “Separados pelo Casamento”, o filme serve como ponto de partida para uma reflexão essencial: Por que tantas pessoas não gostam dos namorados ou namoradas de seus amigos? Isso ocorre porque muitos casais enfrentam o desafio de equilibrar os conflitos existentes entre as relações de amizade e o envolvimento conjugal, tanto no namoro quanto no casamento.

Este conflito surge porque muitos amigos não gostam dos parceiros de seus colegas. Como resultado, é comum ouvir queixas como “meus amigos não gostam da minha esposa” ou “minhas amigas não gostam do meu namorado”. Embora seja uma situação desconfortável e difícil de administrar, é crucial destacar um aspecto pouco discutido: os conflitos entre seus amigos e seu par romântico podem estar diretamente relacionados às suas atitudes. É sobre isso que discutiremos neste artigo.

Talvez você tenha responsabilidade por seus amigos não gostarem do seu amor

No filme “The Break-Up”, um casal decide se separar, mas escolhe permanecer no mesmo apartamento. Como meio de “expulsar” o outro do imóvel, ambos decidem tornar a convivência um verdadeiro inferno. Diante das confusões que se desenrolam, os amigos do casal são arrastados para o conflito do relacionamento. Isso ocorre devido às queixas, brigas, comportamentos infantis e provocações que se desdobram. Como era de se esperar, os amigos de um começam a nutrir raiva e aversão pelo outro, influenciados pela perspectiva queixosa e unilateral a que têm acesso. Em outras palavras, à medida que alguém compartilha apenas as adversidades do relacionamento com os amigos, contribui significativamente para a formação de uma visão negativa da outra parte.

Por isso, o filme nos ajuda a refletir sobre algumas das razões pelas quais muitas pessoas se posicionam contra ou desenvolvem sentimentos negativos e aversão em relação aos parceiros e parceiras de seus colegas. Afinal, muitos homens e mulheres apresentam aos amigos apenas as falhas da pessoa com quem se relacionam. Tal atitude, sem dúvida, contribui para a construção e manutenção de uma imagem ruim da outra pessoa. Dito de outra forma, ao criticar seu marido ou sua mulher, bem como compartilhar principalmente experiências e condutas desagradáveis, você pode ser a primeira pessoa a moldar uma imagem desfavorável de seu marido ou esposa para seus amigos.

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Quando seus amigos não gostam do seu parceiro(a), e vice-versa, é crucial refletir sobre qual é o seu papel nesse conflito. Afinal, você pode estar intensificando a discórdia.

Quando foi a última vez que você ressaltou as qualidades de sua esposa ou marido durante uma conversa?

Infelizmente, muitas pessoas, especialmente em relacionamentos amorosos, são hábeis em criticar, diminuir ou deteriorar a imagem de seus parceiros para os colegas. Como mencionado anteriormente, ao compartilhar apenas as atitudes negativas do seu par romântico com os amigos, é natural que estes desenvolvam repulsas àquela pessoa. Afinal, as amizades costumam ser passionais diante dos conflitos do namoro ou casamento alheio. Sem dúvida, esta pode ser uma das razões para tantas pessoas afirmarem que seus amigos não gostam de suas esposas, maridos, namorados ou namoradas.

Por isso, convido você a refletir sobre qual é o seu papel nesse conflito. Talvez você ainda não tenha percebido, mas é possível que tenha muito a ver com isso. Afinal, se você está enfrentando a situação em que seus amigos não gostam de seu parceiro ou parceira, e vice-versa, sugiro fortemente que comece a equilibrar essas informações destacando as qualidades da pessoa e os motivos que fazem você permanecer junto a ela, apesar das adversidades. Pois, você também é responsável pela imagem que constrói e cultiva em relação ao seu parceiro ou parceira.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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