No último post tratei da Orientação Vocacional e de como os pais podem influenciar na escolha profissional dos filhos. Hoje vou discorrer sobre como os jovens tornam-se apreensivos devido à dificuldade de escolher uma profissão. Além disso, vou comentar sobre os testes vocacionais e seus processos de avaliação.
Durante o Ensino Médio, e com a aproximação do vestibular, a tensão entre os jovens para escolher uma profissão costuma gerar apreensão, angústia e ansiedades. Por isso alguns jovens necessitam de um suporte psicológico para enfrentar esse momento com menos dano possível. Em razão disso, muitas pessoas perguntam o que fazer neste momento tão delicado. Sem dúvidas a conduta a ser considerada é que não há receita pronta e universal para esta questão. Contudo, algumas intervenções podem auxiliar bastante. Nesse sentido, uma boa estratégia é tentar compreender as preferências atuais dos jovens. Isto é, como seus interesses são construídos, o que mudou a longo do tempo, bem como identificar os anseios para o futuro pessoal e profissional. Ou seja, refletir sobre essas questões pode trazer insights interessantes acerca de como escolher uma profissão que se mostre mais adequada.
Investir na construção do autoconhecimento certamente contribui para escolher uma profissão mais adequada. Mesmo após essa autorreflexão, algumas pessoas optam por um processo de orientação vocacional, bem como a realização de alguns testes vocacionais. Tal conduta contribui significativamente na identificação e desenvolvimento de habilidades pertinentes à escolha da profissão. No entanto, algumas advertências se fazem necessária:
A crítica aos testes vocacionais da internet se deve ao fato de serem questionários padronizados, muitas vezes de procedência duvidosa, que apresentam as respostas mais comuns dadas pela população. Ou sejam, não avalia de forma particular a necessidade e o perfil de cada pessoa.
O ideal é participar de um processo de orientação vocacional que acompanhe e avalie as expectativas de forma ampla e não se limite apenas à aplicação de testes. A orientação vocacional individual, ou em grupo, deve basear-se em: autoconhecimento, considerando o passado, o presente e as perspectivas, na análise da realidade profissional, das características e das projeções das profissões. Há vários fatores que influenciam na escolha de um curso, com a avaliação dos prós e contras de cada decisão você pode se aproximar da resposta mais adequada com mais facilidade.
Teoricamente esses instrumentos e procedimentos visam identificar as aptidões, interesses, aspectos da personalidade, o tipo de inteligência e como, essas informações, auxiliam a apontar a escolha mais conveniente para possibilitar a realização pessoal e profissional. Nesse sentido, os testes mais empregados atualmente são os de desenvolvimento cognitivo global, que avaliam as habilidades do ser humano, seu nível de percepção, sua memória e seu raciocínio. Outras opções são os testes de identificação da personalidade, que buscam analisar as características pessoais e o equilíbrio emocional, além de identificar as angústias, disputas e conflitos da pessoa.
Depois que os testes são realizados, segue-se para as entrevistas, feitas com o jovem e os seus pais. A conversa é baseada no histórico familiar e cultural, no cotidiano da pessoa, em seu relacionamento social e em outras questões. A partir destes elementos é possível constituir um perfil que apontará certas características, habilidades e dificuldades.
Por isso, um processo de escolha profissional não deve limitar-se a resultados de testes vocacionais. Os testes fornecem uma referência apenas em um contexto específico e não podem ser utilizados para rotular as pessoas. Do mesmo modo, vale frisar que não será um método pontual que deve ser tomado como referência para orientar qualquer pessoa profissionalmente. Afinal, como ser humano difere um do outro. Neste sentido os resultados dos testes vocacionais, quando não efetuados por profissionais qualificados na área, podem confundir as pessoas, generalizando seus comportamentos.