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Sentir medo é bom. Você concorda com isso? Não? Talvez até o final deste post você concorde ou ao menos compreenderá melhor o que estou tentando dizer.

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É bem provável que você concordasse com muito mais facilidade se eu dissesse que SENTIR MEDO É RUIM. Não é mesmo? Mas isso também é verdade, pois não é confortável sentir medo. Porém, senti-lo é fundamental para nossa sobrevivência.
Você deve concordar que poucas pessoas gostam ou tem prazer em conviver com o medo. A grande maioria das pessoas não gostam dessa experiência e isso é altamente compreensível, pois, ao sentir medo, experienciamos sensações e comportamentos como: pânico, arritmia, pavor, comprometimento do controle emocional, tremores no corpo, irregularidade dos movimentos respiratórios, ansiedade desmedida… Tudo isso, geralmente, é tido como uma experiência extremamente desagradável. Porém, mesmo diante de tamanho desconforto, o medo pode ter grandes utilidades e trazer vantagens para a nossa vida. Ainda duvida? Vejamos.

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Sentir medo é bom? Que estranho!

Imagine que você tenha sofrido um assalto ou sequestro relâmpago. Obviamente qualquer uma dessas opções seria um episódio traumático. Quando estamos envolvidos numa situação traumática ou de descontrole emocional perdemos um pouco – ou completamente – a habilidade de analisar o contexto em que determinados comportamentos aconteceram e, por isso, na psicoterapia comportamental podemos compreender melhor o acontecido, superar as questões e restabelecer nossa qualidade de vida.
Superar o trauma não significa dizer que você vá deixar de sentir medo. Ao contrário, é esperado que o medo passe a fazer parte de sua vida, porém sem causar danos. Ou seja, ajudando você a se sair melhor nos apuros futuros.

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Para ilustrar melhor isso que estou dizendo, vou falar de um ditado popular que gosto muito. Esse ditado diz que “brasileiro só fecha a  porta depois que é roubado”. E isso é parcialmente verdade, não é mesmo? Sim, parcial porque a pessoa que é roubada, normalmente, não quer passar por essa experiência novamente, não é isso?
Justamente por isso, passa a viver com o medo de ser assaltada novamente. Com isso, se engaja numa série de comportamentos (consciente ou inconscientemente) para não viver aquilo de novo. Mas nem sempre precisamos ser roubados para procurarmos nos proteger e evitar isso, confere? Por isso digo que o ditado está parcialmente correto. Para se ter ideia, o receio de passar por algo ruim pode desencadear desde uma “neura” por segurança ou até mesmo transtornos psicológicos mais graves, como é o caso do transtorno do pânico. Por isso, até quem nunca sofreu um assalto passa a viver como quem já passou pelo trauma.

Mas como sentir medo pode ser benéfico?

Quando estamos com medo ficamos mais alertas, mais cautelosos e com muito mais critérios para tomar decisões. Nesse sentido podemos entender que o medo cumpre a função de nos deixar mais atentos para evitar episódios traumáticos. Por exemplo, imagine que uma pessoa vai ao caixa de um banco, saca uma quantia relativamente alta de dinheiro. Daí alguém percebe a vulnerabilidade daquela pessoa e lhe assalta ou lhe sequestra. A partir desse evento, essa pessoa fica traumatizada, desenvolve um medo de ir a bancos ou sacar dinheiro. Passando a sofrer de um medo excessivo que sequer sai de casa.
Observe que se houvesse um tratamento adequado após esse episódio o medo não tivesse avançado a níveis tão prejudiciais e limitadores. Poderíamos, desse modo, dizer que o medo que ela estava sentindo era algo benéfico, pois estaria lembrando à vítima que ela precisaria ter mais cuidado em outros eventos análogos.

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Com isso, é importante que você saiba que ter medo é altamente benéfico para nossa sobrevivência. Foi assim com nossos antepassados que viveram nas florestas e cavernas e sobreviveram ao ambiente muitas vezes hostil e altamente perigoso. Eles certamente sentiram medos e esse medo fez com que eles procurassem se proteger das ameaças e buscar uma vida mais confortável e segura.
Por isso é esperado que, considerando a curva normal dos nossos comportamentos, tenhamos medo também em nossa selva contemporânea que também nos oferece muitos riscos e ameaças. Significa dizer que enquanto tivermos medo, procuraremos nos proteger e nos defender para garantir nossa sobrevivência.
Todavia, o investimento nessa proteção deu tão certo ou trouxe resultados tão bons que muita gente perdeu o controle sobre isso e passou a viver somente em função desse medo (ou tentativa de construir o contexto mais confortável possível para si), cometendo exageros nas dosagens dessa proteção e dessa cautela que deveria ser produtiva, mas acaba sendo causadora de mais sofrimento, isolamento e instalação ou surgimento de vários transtornos psicológicos.
Se você percebe que seus medos não estão trazendo esse (bom) resultado que é esperado para os comportamentos humanos; é hora de buscar ajuda. O mesmo vale se você tem limitado sua vida ou suas relações por conta desse futuro visto como assustador. Nesses casos está na hora de buscar ajuda profissional para tratar desta questão.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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