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Você é viciado em celular? Cuidado, você pode ter déficit em suas habilidades sociais

“Tem um movimento muito chato acontecendo agora. Você vai até um bar ou restaurante encontrar seu amigo. Aí, quando você chega lá, você recebe menos atenção dele do que a pessoa que tá lá na rede social com quem ele fala pelo celular. Aí, da próxima vez, você pensa assim: ‘É melhor eu ficar em casa, conversando com ele pelo celular que eu vou ter mais atenção que se eu estivesse aqui”.

Eu nunca tinha ouvido falar da atriz e comediante norte-americana Charlene deGuzman, até que um dia um amigo me enviou o vídeo abaixo, como sugestão para continuar o tema do post O perigo de se expor demais nas redes sociaisonde falei que se sua vida inteira está na internet, ela poderá ser usada contra você!
Achei o vídeo abaixo fantástico. Nele a atriz Charlene mostra conhecer bem a realidade de muitas pessoas que são viciadas em celular. Aquelas pessoas que nunca tiram o olho da tela!
No vídeo, ela mostra que nem mesmo para vivenciar um momento romântico, apreciar um novo cenário, conversar com os amigos, assistir a um show, jogar boliche ou cantar parabéns as pessoas não desgrudam do aparelho. Veja:

Hoje em dia, os ultramodernos aparelhos de celular não só facilitam a vida de muitas pessoas, como também têm trazido um enorme prejuízo social às relações interpessoais.
O fato de trazer consigo incontáveis atrativos, não anula o fato dos smartphones terem potencializado nas pessoas três vícios: celular, computador e internet. “É como juntar álcool, jogatina e cigarro em um só aparelho”.
Fabricantes e operadoras vendem uma imagem simpática do viciado e por isso em várias campanhas publicitárias, os comerciais promovem esses produtos, associando a imagem de pessoas simpáticas, hiperconectadas, cheias de amigos, tudo isso, aparentemente, devido ao aparelho e suas funções.
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Meu namorado é viciado em celular

Na verdade estamos diante de uma questão que reflete um problema muito maior e que tem causado uma série de dificuldades pessoais e nas relações: A falta ou déficit de habilidades sociais.
Todo mundo já ouviu falar que,  nós, seres humanos, somos animais sociais. Ou seja, é essencial para nós o estabelecimento de vínculos interpessoais, os quais poderão nos dar suporte social e emocional no decorrer da vida. Muito por isso, quase o tempo todo estamos em algum tipo de interação social.
Nosso sucesso pessoal e social, assim como nosso bem estar, são em grande parte determinados pelas nossas habilidades em iniciar e manter interações sociais saudáveis, e nas consequências que estas relações geram para nós.
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Hoje, muitos dos problemas enfrentados pela pessoas estão relacionados com o déficit nessas habilidades sociais. As habilidades sociais formam um elo entre o indivíduo e as pessoas que o cercam. Se este elo está enfraquecido ou não acontece de forma plena, podem não ser geradas consequências reforçadoras o suficiente para que o indivíduo tenha o que se chama de “vida satisfatória” ou “vida feliz”.
Diante da quantidade de transtornos psicológicos em que déficits de habilidades sociais estão envolvidos, muitas vezes, o treinamento dessas habilidades mostra-se como uma saída simples e eficaz no tratamento psicoterápico.
Por incrível que pareça, a ideia é esta mesmo de treinamento, pois muitas pessoas não adquiriram essa habilidade social espontaneamente em suas relações e no processo terapêutico isso pode ser solucionado. Por exemplo, problemas como depressão, ansiedade social, problemas conjugais, delinquência, dentre outros; os treinamentos de Habilidades Sociais apresentam resultados muito promissores.
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Mas o que são Habilidades Sociais?

As definições são inúmeras, mas todas giram em torno de um mesmo eixo: habilidade de expressar-se honestamente causando o mínimo de incômodo possível aos outros e a si mesmo.
Alguns autores consideram que o comportamento socialmente hábil é aquele conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal específico, expressando sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos, de modo adequado àquela situação; respeitando os demais e, geralmente, resolvendo os problemas imediatos da situação, ao mesmo tempo em que minimiza a probabilidade de problemas futuros.
É importante salientar que Habilidade Social não é universal, trata-se de uma característica do comportamento daquela pessoa naquela situação em específico; o que significa dizer que uma determinada conduta poderá variar de acordo com a situação ou com a pessoa que a adota.
O contexto cultural do indivíduo deve ser contemplado do mesmo modo que quaisquer outras variáveis situacionais. E o mais importante: é um padrão de resposta aprendido e mantido pelas suas consequências, e pode ser alterado.
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Viciado em celular

Talvez toda essas situações que vivenciamos hoje com os smartphones nada mais são do que nossa inabilidade social em conviver harmonicamente com a tecnologia e todos os benefícios que ela nos proporciona.
Lógico que a ideia não é deixar de usufruir de todos os benefícios que os smartphones proporcionam, muito menos abrir mão da tecnologia. Porém, sabendo da importância que a tecnologia tem em nossa vida, não devemos deixar que ela roube uma das principais características que nós humanos temos: as habilidades sociais.
Pra finalizar, dois vídeos que se relacionam com o que tentei mostrar neste post.
No primeiro, durante o show em Atlanta, nos Estados, a cantora Beyoncé deu uma bronca em um fã que a filmava durante o show. Aos 1:10 do vídeo ela diz ao fã: “Você não consegue nem cantar porque está muito ocupado filmando. Eu estou bem na sua cara, você tem que aproveitar esse momento”. Veja:

O segundo é um vídeo que apresenta uma reportagem de Rodrigo Bertolotto, para o portal Uol. Fenomenal, confira:

Nem tão pouco, nem demais. Vamos usar o celular em harmonia com as relações sociais.
Abraços e até o próximo post.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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