Hoje vamos falar da Crise dos Talentos. Durante o final de semana li um material interessante sobre o estudo da vida em setênios – que consiste em dividir a vida em períodos de sete anos – e achei importante tratar deste estudo aqui no blog. Penso que este tema pode ser bem interessante, especialmente para quem anda preocupado com sua vida profissional. A teoria dos setênios pertence à antroposofia e foi elaborada a partir da observação dos ritmos e ciclos da natureza, principalmente dos comportamentos humanos
Segundo essa teoria, no primeiro setênio (0 a 7 anos), o ser humano experimenta o contexto e se desenvolve a partir da interação individual e hereditária.
No segundo setênio (dos 7 aos 14 anos) o indivíduo começa a experimentar seu potencial de autoridade, exercitando novos métodos de controle sobre o contexto em que vive.
No terceiro setênio (dos 14 até os 21 anos) ocorre as crises de identidade e as dúvidas existenciais decorrentes da puberdade.
Os estudiosos dos setênios definem o terceiro período como sendo o setênio do corpo, ou seja, somado aos setênios anteriores, este é o momento em que o ser humano vivencia com mais intensidade a jornada do seu amadurecimento físico e de formulação de sua personalidade. Em seguida inicia-se então o quarto setênio, no qual ocorre a chamada “crise dos talentos”.
Vamos tentar entender melhor isso. Com 21 anos nos deparamos com limitações: “até onde eu posso ir?”, “o que posso fazer para me destacar?”, “o que mais consigo conquistar?”. Após a conclusão desta fase, algo que ocorre por volta dos 28 anos, já possuímos todas as respostas a essas questões. Só que, ao invés de agirmos, nos deparamos com outra questão, que é muito frequente dos 28 aos 35 anos: a chamada crise dos talentos, na qual todos os dilemas, juntos, manifestam-se com mais intensidade.
Durante o quarto setênio é comum as pessoas sentirem a necessidade de viajar, de estudar fora, porém sempre se questiona: “será que não estou muito velho pra isso?”. Independentemente de nossa resposta surgem, na sequência, outras perguntas: “será que estou fazendo o que realmente gosto?” “não seria tempo de buscar outra coisa? Outro caminho?” ou “quais são meus talentos para essa vida tão vivida e, ao mesmo tempo, tão recente?”. A pessoa fica dividida entre a insegurança do que já viveu e a ansiedade pela maturidade.
Críticas à Teoria da Crise dos Talentos
Embora eu discorde de certos pontos da teoria dos setênios, principalmente pela relação rígida e determinista estabelecida entre os comportamentos e a idade biológica das pessoas, acho interessante discuti-los, pois atendem, a priori, a maioria dos casos que tenho acesso no meu consultório. Por isso, quero fazer alguns alertas em relação ao tema.
O primeiro alerta que faço é às pessoas que se encontram na chamada “crise dos talentos”, para que saibam que a maturidade demora a chegar. Os próprios estudiosos dos setênios afirmam que ela só ocorrerá a partir do sexto setênio, ou seja, por volta dos 42 anos. Então se você esta vivendo este momento procure se conscientizar do que já foi vivido e do que ainda estar por vir. Certamente você já tem um tesouro acumulado, que é o conjunto de todas suas experiências de vida, sejam elas pessoais ou profissionais. Porém precisa descobrir o que fará com este tesouro.
Outro alerta diz respeito ao fato de que as pessoas, que vivenciam essa crise, sempre pensam em recomeçar algumas coisas em suas vidas: nova faculdade, novos cursos, novos empregos… Aí eu pergunto: será que vale mesmo a pena jogar tudo pro alto e recomeçar, recomeçar, recomeçar?
Nestas situações uma boa dica a ser seguida é manter a calma. E, sendo possível, buscar ajuda profissional, pois isso lhe possibilitará a ampliar os horizontes e descobrir novas possibilidades, reorganizando pensamentos e adotando novos comportamentos. Compreender a crise e sair dela, é bem menos danoso quando estamos com o suporte profissional adequado.
Muito interessante essa discussão abordada… Confesso que nunca tinha ouvido falar nada a respeito, mas achei muito legal.
Parabéns!
Obrigado, Juciléia!
Achei curioso o estudo e comecei relembrar meus setênios: a maioria das observações batem, outras reflexões aconteceram em idades distintas. Qto.ao recomeçar,no meu caso, foi o abrir mais uma janela, uma das melhores coisas q/ fiz. Hoje, a artista plástica alimenta a jornalista, que vivem em harmonia.
Abraços.
Olá Márcia!
Obrigado pelo comentário, sobretudo, por ilustrar que certas mudanças na vida, embora sejam difíceis, são possíveis e que todas as experiências convergem para nosso crescimento. Parabéns!
Olá Elídio,
Estou nessa fase aos 43 anos, querendo mudar tudo, até de cidade. Muito interessante o post e o alerta para ter muita calma nessa hora…
Abraços,
Olá Simone, bom receber notícias suas novamente! Pois é, nestes momentos é fundamental ter calma e analisar bem as contingências de cada situação para que possamos tomar as decisões mais acertadas possíveis. Saudações.
Elídio,
Seu blog é, sem dúvida alguma, um dos melhores!
Parabéns!
Um forte abraço.
José
Forte abraço. Obrigado!
Olá Elídio.
É sempre um grande prazer e uma honra poder participar do seu blog.
Sobre o tema em pauta: “você já passou pela crise dos talentos”? Quando são classificados os setênios, como sendo divisores de mudanças comportamentais amplas, pois aí vemos abordagens nas àreas: peofissionais e sociais.
Acho que é um campo de observação e análise muito variável e diversificado. Entendo que não podemos nos limitarmos num contexto geral como via de regra, pois cada caso é um caso em si mesmo.
Conheço pessoas imaturas de uma forma geral, digo, em diversas esferas das suas vidas, isto com mais de 50 anos de idade e muitos jovens com 25 anos bem situados e firmes nas suas opções de vidas: profissional e social.
O ser humano é muito imprevisível, e está sempre em estado de mutação, com oscilações de crescimento ou retardo, independente do “selo de prazos e medidas pré-estabelecidas”. Acho que isso é muito temerário e pode-se incorrer em surpreendentes resultados.
Portanto, acho, no meu sentir que esta tabela etária dos setênios é muito frágil no sentido de ser algo que defina características inerentes a nossa personalidade em seus múltiplos aspéctos.
Um grande abraço. Ivan
Olá Ivan!
Eu que fico horando cm sua participação. Você tem total razão ao dizer que analisar comportamentos pela teoria dos setênios é algo muito relativo e essa relatividade pode sim favorecer generalizações e erros. Embora eu discorde de vários pontos desta teoria, principalmente pela rigidez com que ela enquadra os comportamentos, pois sabemos que cada pessoa é única e da mesma forma deve ser considerada qualquer proposta de análise e intervenção. Agora, depois de sua observação, reparei que este texto diz pouco sobre meu trabalho e que a tentativa de refletir questões como maturidade profissional ou recomeços, poderia ter partido de algo mais coerente com minha linha de atuação. Pensarei melhor da próxima vez. Valeu pela dica e pelo comentário.
Forte abraço!
ADENDO!!!
Elídio, quando eu afirmo que conheço pessoas com 50 anos e outras com 25 anos de idade, só estou fazendo referências cronológicas genéricas, ou seja, poderia ter citado pessoas com 40 anos e outras com 20 anos de idade. O meu intento é citar diferenças enormes de tempo de vidas entre pessoas. Isto inclui o mais ou menos. Ivan
É mesmo, Elídio, com certeza, você pode presentear todos seus leitores com um artigo versando, específicamente, esmiuçando situações e argumentos que se refiram à: “Maturidade profissional e recomeços”. Acredito que neste momento você alcançará milhares de pessoas que se situam nestas esferas estruturais: com seus conflitos e controvérsias.
Um abraços. Ivan
Combinado. Sairá em breve.