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Já escrevi vários posts aqui do blog abordando a Síndrome de Burnout. O Burnout é caracterizado por um quadro de estresse desencadeado a partir da relação inadequada que alguém possui com sua atividade profissional. Desse modo, pessoas acometidas por esse tipo de estresse atingem um nível extremo de esgotamento físico e emocional, podendo evoluir para uma depressão. Nesstes casos, a pessoa enfrenta sérios problemas não só na carreira, mas também em outros campos da vida pessoal, seja familiar ou social. Nesse sentido, surge um questionamento importante. Se sua origem está relacionada exclusivamente com a relação de trabalho, como a Síndrome de Burnout afeta os relacionamentos? Vejamos.

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Nem sempre a razão dos problemas que enfrentamos nos relacionamentos é lógica. Em diversas situações de conflitos nos relacionamentos, a única coisa que conseguimos enxergar é que estamos infelizes e sofrendo. São raras as vezes em que, sozinhos, conseguimos compreender todo o problema.

Identificar a origem de uma crise na relação, por exemplo, não é uma tarefa fácil. Tampouco, vamos encontrar a raiz dessa questão de uma hora para a outra. Por isso, é preciso uma boa dose de conhecimento sobre os processos dos relacionamentos para compreender como a Síndrome de Burnout afeta a vida do casal.

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A pessoa acometida pelo Burnout.

Alguém acometido pela Síndrome de Burnout está enfrentando um quadro depressivo decorrente de sua relação com o trabalho. Ocorre que uma pessoa depressiva não consegue selecionar em que contextos ou ambientes sofrerá as consequências desse estado emocional. Na verdade, por ser algo que envolve o trabalho ou a profissão, muitas pessoas gastam um pouco mais de energia para não deixar tal situação perceptível aos demais. E por motivos óbvios: evitar julgamento de terceiros. Assim, não é difícil imaginar que o ritmo de vida dessa pessoa fica completamente prejudicado.

Agora vamos supor que essa mesma pessoa seja casada ou esteja em um relacionamento. Muito provavelmente, a outra parte espera ter em casa alguém para conversar, cumprir certos afazeres domésticos, desenvolver alguma atividade de lazer e, claro, namorar. Mesmo levando em consideração o cansaço natural de uma rotina adulta, geralmente, em condições normais, esse é o repertório que compõe o dia a dia de um casal. Porém, nesse momento, vamos pensar que nosso personagem está enfrentando uma depressão por conta do trabalho, a Síndrome de Burnout. Assim, nesse novo cenário, o pós-trabalho dificilmente seguirá o script padrão. Desse modo, muito provavelmente, a outra parte irá perceber a diferença. Aí surgem ainda mais problemas.

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Assim sendo, o mal-estar antes era vivenciado apenas no trabalho. Fora dele, buscava-se, de alguma forma, recompor ou não gastar mais energia que o necessário.

Porém, chegam as cobranças.

“Você não me procura mais”

“Quando chega do trabalho, só quer saber do seu vídeo game”

“O celular é mais importante para você do que eu”

“Você anda muito estranho…”

Num dado momento, o casal passa a enxergar aquele estágio de desencontros e crise como “o problema”. Ou seja, o que nada mais era que uma consequência passa a ser visto como o cerne das questão. Algo que teve origem num contexto completamente diferente fica perdido no meio de tamanhas brigas e problemas que surgem no relacionamento. Assim, algo que era específico se torna generalizado.

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A Síndrome de Burnout afeta os relacionamentos.

Sim, essa é uma triste realidade. Mesmo tendo sua origem desencadeada primordialmente por uma relação inadequada com o trabalho, os efeitos da Síndrome de Burnout não reconhecem limites. Em muitos casos, os primeiros sinais e sintomas são vistos até mesmo fora do trabalho, especialmente pelas pessoas mais próximas, como a família.

Em resumo, a compreensão dos problemas enfrentados nos relacionamentos raramente se realiza de forma isolada. Assim, há diversos casos cuja origem vem de outro contexto. No entanto, o casal tem mais repertório e facilidade para perceber aquilo que está ruim ou em falta. Somente com um olhar mais amplo e qualificado é que vamos encontrar as causas, consequências e as melhores alternativas para salvar o relacionamento.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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