É consenso que a informação é a melhor maneira de combater qualquer mal. Isso não é diferente paras as questões de saúde mental e psicológica. Portanto, devemos falar sobre nossos sentimentos e emoções. Afinal, essa é uma forma qualificada de intervirmos no meio em que vivemos; trazendo mais qualidade de vida pessoal e profissional. Esse é o segredo para melhorarmos nossa relação com o contexto, evitando prejuízos emocionais. Quando não expressamos nossas percepções e sentimentos adequadamente, abrimos brechas para a exaustão profissional, a síndrome de Burnout e várias doenças psicológicas.
Sentimentos e emoções
Falar sobre nossos sentimentos e emoções não é fácil. A cada dia, temos cada vez menos espaço para nos posicionarmos de forma efetiva. No geral, vivemos em contextos em que nossos sentimentos são menos valorizados. Isso sem falar nas situações em que somos estimulados a reprimir nossos sentimentos reais de fragilidade emocional, externalizando apenas os sentimentos de otimismo.
Além disso, para muitas pessoas, a forma de tratar as doenças emocionais é ter uma postura positivista. Estão erradas. Ou seja, quando colocamos uma série de pensamentos positivos sobre nossas fragilidades, estamos apenas enterrando nossos verdadeiros sentimentos. Assim, agir dessa forma significa maquiar a realidade e tentar nos convencer de uma informação que sabemos ser falsa. Tal atitude provoca ainda mais sofrimento. Fingimos ser aquilo que não sentimos. Isso está errado.
As emoções e os médicos.
Nos últimos posts, falei sobre uma realidade vivida pelos médicos que poucas pessoas sabem. Raramente vemos o ser humano por trás de uma área do conhecimento, dos jalecos e da profissão. É importante sempre nos lembrarmos de que quem está por trás desses rótulos são pessoas como quaisquer outras. Às vezes, até mesmo as pessoas mais próximas esquecem que os médicos precisam de cuidados. Com isso, poucas vezes eles têm a oportunidade de falar como se sentem em função do seu ritmo de vida e sua profissão. Muitas vezes, nem mesmo os médicos refletem como sua profissão impacta em sua vida pessoal.
A cada dia, a crise da saúde no país ganha proporções ainda maiores. Em muitas situações, os médicos são responsabilizados por esse caos. Há casos em que esses profissionais são diretamente agredidos, inclusive com ameaças e violência física. São os casos em que o paciente chega ao hospital ou pronto-socorro e não é atendido adequadamente por motivos que, às vezes, não têm nada a ver com os médicos. Ainda assim, os profissionais são alvos das frustrações da população. Desse modo, não raramente, isso ocorre com o apoio e conveniência dos governantes, que incitam o ódio gratuito contra os médicos.
O peso da exaustão profissional
Vivendo essa realidade quase diariamente, os médicos retornam para seu convívio social e familiar: humilhados, cansados, agredidos e sem ter onde cuidar das suas emoções. De tal sorte que, ao sair dos hospitais ou de seus postos de trabalho, precisam encontrar maridos, esposas, filhos, amigos e namoradas que esperam deles sorrisos estampados na cara. Como resultado, tornam-se convencidos de que não devem misturar sentimentos e contextos, acabam fingindo uma normalidade emocional incoerente com o que estão sentindo. Como isso é muito oneroso do ponto de vista psicológico, vários médicos ficam exaustos, adoecem emocionalmente ou surtam. Em todos os cenários, eles são afetados pelos meios que levam à Síndrome de Burnout.
A assertividade para falar sobre os sentimentos e evitar a exaustão profissional.
O comportamento assertivo tem sido a melhor ferramenta para lidar com a exaustão profissional. Por meio da assertividade, podemos expressar adequadamente nossos sentimentos e emoções, evitando o adoecimento emocional. Com toda certeza, ter um comportamento assertivo é um recurso útil não só para os os médicos. Desse modo, todas as pessoas que têm rotinas profissionais estressantes e com alto nível de cobrança podem usar a assertividade para melhorar sua qualidade de vida.
Ser assertivo significa possuir e usar as ferramentas adequadas para analisar o contexto e os comportamentos, tomando as decisões mais adequadas. De tal forma, a assertividade nos ajuda a adotar posicionamentos que geram mudanças pessoais e repercutem em melhorias no contexto e nas relações interpessoais.
Em suma, ser uma pessoa assertiva não é uma tarefa fácil. Entretanto, com o suporte adequado, você pode desenvolver essa habilidade. De maneira idêntica, por meio da assertividade, podemos expressar adequadamente nossos sentimentos e emoções. Assim, podemos construir um novo modelo de vida pessoal e profissional, evitando a exaustão profissional. Pense nisso!