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Se a convivência em suas relações geram muitas mágoas ou sentimento de culpa,  algumas atitudes e comportamentos estão sendo feitos de forma inadequada. Muito embora o propósito de todo relacionando seja o sucesso, nem sempre esse objetivo é facilmente alcançado. Essa é uma realidade das relações sociais, profissionais, familiares e, especialmente, dos relacionamentos amorosos. Por essa razão, é necessário refletir sobre como se livrar das mágoas e do sentimento de culpa. Afinal, nenhuma ligação amorosa sobrevive por muito tempo diante das sucessivas ocorrências de mágoas. Outrossim, o mesmo comprometimento ocorre com a constância dos sentimentos de culpa decorrentes das condutas equivocadas.

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O surgimento das mágoas no relacionamento

Num relacionamento, seja ele qual for, o surgimento da mágoa pode vir de pelo menos três maneiras:

  • Algum comportamento nosso fez outra parte fica magoada conosco.
  • Ficamos sentidos devido a algum ato feito pela outra parte.
  • Gestos vindos de ambas as partes afetam a todos, gerando profundo desgosto.
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Primeiramente, é fundamental compreender que o surgimento da mágoa pode indicar que algum limite dessa relação foi desrespeitado. Nesses casos, em geral, ocorrem rupturas em questões essenciais como o respeito ou a desimportância à subjetividade e valores do outro. Em segundo lugar, ao sentir-se infeliz e com mágoas nas suas relações, é importante considerar que há fatores que podem estar errados nesse convívio. Muito provável que uma das partes (ou as duas) não estão agindo adequadamente. Assim, tal cenário prejudicial contribui para a ausência de resultados positivos dessa interação. Ou seja, certamente os envolvidos  promovem ações inadequadas para si e para os outros, desencadeando mágoas, a exemplo, dos comportamentos de agressividade ou inassertividade.

Por essa razão, você – caro leitor – deve estar sempre atento às causas e frutos dessas relações. Afinal, a pessoa com posturas inapropriadas e destrutivas pode ser justamente você. Logo, em uma hipótese ou em outra, atitudes concretas – ainda que gradativas – precisam ser feitas para mudar esse quadro. Dito de outra forma, somente com mudanças e adequações no comportamento teremos o bem-estar e o sucesso da relação. 

Passado, mágoa e sentimento de culpa

Tecnicamente, uma pessoa fica magoada quando se sente agredida, diminuída, rebaixadas ou desrespeitada. Todavia, o sentimento de culpa vem da reflexão que se constrói acerca de algum comportamento que se avalia inadequado. Tal constatação, por vezes imprecisa, ocorre, dentre outros motivos, quando se agride ou desrespeita alguém, mesmo que sem essa intenção. Além disso, há outro grande fator que causa o sentimento de culpa: o remorso. Este, todavia, vem da percepção que em algum momento se abandonam atitudes honestas conosco ou com o outro. Em consequência, em linhas gerais,  algum sentimento ou emoção tendem a não ser expressados com precisão.

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Em suma, toda vez que se deixa de externalizar os sentimentos e emoções em relação a determinados comportamentos, há uma sensação de incompletude, inadequação e vazio. E isso ocorre especialmente com a mágoas. Desse modo, essa lacuna pode ser nomeada como sentimento de culpa. De forma geral, quando isso ocorre, procura-se compensar esse lapso de alguma maneira pouco producente ou inadequada. Para ilustrar tal ideia, agradar o outro, abrir concessões, afastar-se -se ou agir agressivamente ratificam esse contexto. E isso não ocorre somente com os comportamentos que  machucam. O mesmo pode acontecer com aquelas práticas que fazem muito bem e se não sabe externalizar a gratidão. Por isso, o passado tem um peso relevante nessas questões.

Quanto mais tempo deixamos de enfrentar os problemas e expressar adequadamente nossos sentimentos e emoções, mais obstáculos temos que encarar. Ou seja, por alguma razão as mágoas nos afetam e não conseguimos colocar para fora aquilo que sentimos. Assim, com o passar de tempo, vamos perdendo tempo e nos distanciando do momento adequado da ação. Por essa razão, muitas relações, sejam elas sociais, profissionais, familiares e afetivas não prosperam ou vivem em dificuldades. Por isso, é importante analisar como você tem se sentido no convívio dos seus relacionamentos. De maneira idêntica, devemos pensar em como nossas ações têm impactado nas vida das pessoas ao nosso redor.

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Entre a mágoa e a culpa, opte pela assertividade

Ao ler esse texto, lhe veio uma sensação de mágoa ou sentimento de culpa? Pare e pense por alguns instantes. Tente analisar suas relações sociais, profissionais, familiares e os relacionamentos amorosos (presente e do passado). Reflita sobre seu histórico recente, médio e de longo prazo. Se ao finalizar essa revista em sua vida, seu exame de consciência for positivo, você está de parabéns. No entanto, se após essa reflexão surgir algum desconforto associado àquela sensação de que questões no passado não estão bem resolvidas, precisamos conversar. Nesse caso, você pode ter algumas mágoas, sentimentos de culpa e não está feliz consigo ou com sua relação. Para lidar com tudo isso, você pode desenvolver em seu repertório comportamental e nas suas relações o comportamento assertivo.

Você poderá se tornar uma pessoa assertiva e descobrir novas formas de evitar que as pessoas fiquem magoadas contigo. De maneira idêntica, aprenderá novos meios para não agredir aqueles ao seu redor. Ao se tornar assertivo, você experimentará cada vez mais a felicidade nas suas ações e nas relações. Ser assertivo significa comportar-se de forma a:

  • fazer valer seu bem-estar e promover o bem-estar aos demais
  • sentir-se bem com suas ações
  • viver de forma harmônica, sem ferir os direitos das outras pessoas.

Lembre-se: entre viver com mágoas e sentir culpa existe a assertividade. Seja assertivo você também.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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