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Suicídio – Vários episódios podem surpreender negativamente a vida de uma pessoa. Muitas vezes, surge uma grande frustração ou perda significativa, como término do namoro, desemprego, solidão. E tudo isso provoca uma imensa tristeza, falta de perspectiva no futuro, melancolia e depressão.  É como se não valesse mais a pena continuar vivo.
Às vezes essa tristeza é tão grande e sem perspectiva de mudança ou melhora, que o suicídio passa a ser para a pessoa, naquele momento, a única solução possível. Claro que a situação pode ser muito delicada, mas sempre podemos encontrar uma solução adequada para cada caso.
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Tentativa de suicídio não é brincadeira.

Sem somobra de dúvidas, todos os casos que envolvem ideações suicidas ou as tentativas de tirar a própria vida estão relacionadas com o contexto em que a pessoa vive. Assim, se compreendermos bem esse contexto e tivermos tempo hábil para mudá-lo, pode ser que haja perspectiva e até aconteçam coisas boas
Ocorre que, nesses momentos, a pessoa está tão desesperada e deprimida que enxerga apenas os acontecimentos negativos em detrimento dos positivos. Da mesma forma, enxerga apenas as consequências imediatas de tudo e nunca – ou com muita dificuldade – vê solução a longo prazo.
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Se tudo isso estiver relacionado a uma perspectiva pessimista dos fatos ou ao perfeccionismo nada realistas ao se autoavaliar, pode ser ainda mais delicado. É como se houvesse um ciclo cognitivo prejudicando o processo levando a pessoa a ter uma:

  1. visão negativa de si mesmo;
  2. visão pessimista do mundo e do futuro;
  3. falha na organização estrutural do pensamento;
  4. processamento incoerente das informações e dos comportamentos.

Em outras palavras, a pessoa não percebe nenhuma solução ou possibilidade de um futuro melhor. Ela passa a viver o drama de querer tirar a própria vida. E muitas pessoas têm feito isso de diversas formas e com vários objetivos. Na maioria dos casos, há uma combinação entre fatores predisponentes (genética e transtornos mentais), com fatores precipitantes (como perdas afetivas, fim de namoro, desemprego, desamparo e luto, por exemplo).
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Dados sobre suicídio na Bahia

De acordo com recentes dados divulgados pelo NEPS – Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio e pelo CIAVE – Centro Antiveneno da Bahia, todos os dias, pelo menos três pessoas tentam o suicídio na Bahia. A maioria dessas tentativas parte dos jovens com idade entre 15 e 29 anos. Além disso, na época das festas de fim de ano (especialmente no Natal), esse número aumenta em até 40%.
No geral, a maioria dos casos de suicídio (ou tentativa) têm vínculo com a depressão. Entre os mais jovens, além dos que se deprimem, existem aqueles que agem por impulso. Se tiverem uma briga ou discussão com os pais, se o namorado ou namorada ameaça terminar, agem com total impulsividade. Essas pessoas agem não pensando nas reais consequências dos atos e decisões. Ou seja, não param para refletir de forma adequada sobre a situação.
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Essas, dentre outras razões, mostram como o suicídio entre os jovens também está ligado ao imediatismo. Em outras palavras, se alguma coisa não sai do jeito que ele ou ela quer, é o fim do mundo. Nesse casos, o limiar de frustração dessas pessoas fica muito baixo, associado ao pouco amadurecimento psíquico, à falta de diálogo ou possibilidade de ajuda eficaz nos problemas enfrentados. Além dos fatores predisponentes, isso certamente têm contribuído para que muitos jovens tenham tentado, cada vez mais, se matar.
Basicamente, o discurso das pessoa que sobreviveram a uma tentativa de suicídio é que “tentar se matar é uma forma de lidar com o sofrimento”. As duas maiores causas são o desamparo e a incapacidade da pessoa de atender às expectativas pessoais ou impostas pela sociedade, como ser bem sucedido da vida, ter uma relação amorosa estável, ter estabilidade financeira, fazer sucesso, ter filhos, fãs. À medida que falham ou não têm esses projetos atendidos, as pessoas se precipitam e partem para tentar tirar a própria vida.
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Existe uma luz no fim do túnel.

Tenho recebido em meu consultório muitas pessoas que tiveram a experiência de tentar tirar a própria vida. Algumas delas pensaram em se matar para tentar se livrar dos problemas cotidianos. Claro que cada pessoa tem sua explicação ou motivos para isso, mas fico sempre feliz quando conseguimos reverter os casos. E, acredite, muitas vezes de forma ágil e com técnicas e estratégias bastante eficazes.
Por isso, digo sempre às pessoas que o importante é estar atento aos avisos dos que estão ao nosso redor. De uma forma ou de outra, eles sempre dão um sinal de que algo não vai bem. O legal nesses casos, é estar sempre um passo adiante, para evitar a morte.
Os dados estatísticos mostram que oito entre cada dez pessoas que se matam fazem algum tipo de anúncio prévio. Se não avisam diretamente, podem dizer nas entrelinhas, com frases do tipo: “Minha vida não vale nada“; “Eu não vou conseguir“; “Não vou ter forças para enfrentar isso“; “Isso é ruim demais para eu suportar“.
Por isso é sempre bom sabermos analisar o contexto de cada frase dessas, para identificarmos o que elas podem revelar. Se você conhece algum que está sempre repetindo frases assim, não hesite: busque ajuda. Se a família ou os amigos conseguirem perceber os avisos, a morte pode ser evitada.

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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