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Qual seria a sua impressão ao ver alguém tendo um comportamento agressivo? Essa é uma pergunta que geralmente faço no consultório, em treinamentos ou em alguns papos ocasionais. Em todos os casos, as respostas são unânimes: – A pior possível. Isso mostra que a agressividade não é apenas uma forma inadequada de expressar sentimentos e emoções. Ou seja, ao agir com agressividade, qualquer pessoa enfrenta uma série de consequências. No entanto, muitas dessas raramente são percebidas pela pessoa que age de modo agressivo.

Vamos fazer um teste?

Imagine que você é gerente de uma empresa e entrevistará alguns candidatos para preencher uma vaga na sua equipe. O objetivo:  encontrar alguém que se adeque ao perfil de assistente financeiro. Assim sendo, a expectativa consiste em encontrar uma pessoa que, além da qualificação técnica, tenha boas habilidades nas relações interpessoais. Dito isso, suponha agora que ao chegar ao trabalho você tenha visto um dos candidatos humilhando um funcionário da empresa. Isto é, sendo bastante agressivo. Com certeza você não recomendaria esse candidato à vaga, mesmo que ele se adequasse ao perfil técnico da  função. Não é verdade?

Ainda nessa situação, possivelmente o candidato desclassificado não tenha associado que sua agressividade tenha levado à perda da vaga. É por isso que essa situação hipotética nos leva a refletir sobre pelo menos duas atitudes no intuito de combater a agressividade:

  • Em primeiro lugar, é importante que a pessoa agressiva tenha um feedback acerca desse comportamento. Considerando que sozinha ela pode não perceber os desdobramentos desse ato, isso poderá interferir na compreensão das interferências ocasionadas para si e para terceiros, geradas a partir da agressividade.
  • Em segundo lugar, torna-se  fundamental que a pessoa agressiva perceba as consequências desse modo de agir. Somente mensurando os impactos  gerais desse ato agressivo ela poderá compreender todos os prejuízos que enfrenta por conta desse comportamento. Certamente favoreceria melhores reflexões ou mudanças.
Agressividade- quando as consequências vão além da má impressão psicólogo Elidio Almeida terapia de casal em Salvador

A agressividade não gera apenas uma má impressão

No exemplo acima, caso candidato não tenha recebido uma justificativa real à sua desclassificação ou ele por si só não tenha feito tal associação, é provável que continue emitindo esse comportamento. Em decorrência disso seriam ainda mais danosos os impactos de tal ação, pois, como vimos, não ficaria apenas no campo da má impressão pontual do episódio. Em suma, seria disseminado para outros episódios e contextos.

Por essa razão, a agressividade gera resultados que vão além da expressão inadequada dos sentimentos e emoções. Isso quer dizer que, além da má impressão, deixa um rastro de consequências que raramente é mensurado. Isso ocorre pelo fato da hostilidade ser um comportamento tanto danoso quanto egoísta. Assim, quem age dessa maneira pensa apenas em si, ou nos resultados que deseja obter. Justamente por isso a pessoa agressiva não se atém a pensar nas consequências mais amplas de seus atos. Por consequência desse modo inconsequente de agir, torna-se uma pessoa egoísta, mal quista e comumente expelida dos ambientes e ou relações.

Agressividade - quando as consequências vão além da má impressão psicólogo Elidio Almeida terapia de casal em Salvador

A pessoa egoísta tem pensamento limitado

Quando alguém ‘olha apenas para o próprio umbigo’, passa a enxergar exclusivamente suas próprias necessidades. Por conta desse fator o egoísmo está intimamente associado ao comportamento agressivo. Não obstante, o comportamento egocêntrico jamais favorece o desenvolvimento de relacionamentos, sejam eles profissionais, sociais, familiares ou afetivos. Em decorrência dessa nociva característica, agir com agressividade faz com que a pessoa seja sempre desclassificada das seleções de empregos, amizade ou namoro. Isso ocorre pelo fato das pessoas com esse perfil terem um pensamento limitado. Ou seja, ao pensarem apenas ou primordialmente em si, ficam limitadas a não pensar nas consequências dos seus atos, desencadeando o sofrimento e posterior julgamento do corpo social.

Assim, torna-se imprescindível que a pessoa com essas características procure mudar. Afinal, a agressividade não se restringe apenas ao meio pelo qual expressamos inadequadamente nossos sentimentos. Tampouco o comportamento agressivo causa apenas uma simples má impressão aos demais. Ser agressivo é ser egoísta. Portanto, aqueles que desejam melhorar suas relações interpessoais – no campo profissional, social, familiar e afetivo – precisam urgentemente ampliar seu repertório comportamental. Em outras palavras, significa que as pessoas agressivas devem desenvolver habilidades necessárias ao convívio harmônico e respeitoso na interação com os demais.

Agressividade - quando as consequências vão além da má impressão psicólogo Elidio Almeida terapia de casal em Salvador

Vamos agir diferente?

Independente do motivo que leva uma pessoa se apresentar uma atitude violenta, é importante que ela procure agir diferente. Por isso, se você conhece alguém que precise aprender formas melhores de viver, preste atenção a estas dicas:

  • Não pense apenas na situação do momento. Carregamos conosco nosso histórico e nossos comportamento podem ser irradiados para contextos que podem estar fora do nosso campo de alcance em determinados momentos. Por isso,  pondere sempre sobre as consequências do seus atos.
  • Sempre que possível, informe às pessoas onde elas estão errando e como isso pode gerar prejuízos para si e para terceiros. Por mais desagradável e frustrante que isso possa parecer, é a melhor forma de contribuirmos para sua mudança é combatermos a disseminação da agressividade.
  • Lembre-se que somos avaliados a todo momento. Isso ocorre numa situação de emprego, no convívio social, familiar e nos nossos relacionamentos afetivos. Por essa razão, procure agir com assertividade (veja aqui). A assertividade é a garantia que você não será uma pessoa egoísta. Ao contrário, sendo assertivo você estará sempre investindo na boa qualidade das suas relações interpessoais.
Agressividade - quando as consequências vão além da má impressão psicólogo Elidio Almeida terapia de casal em Salvador

Reconheço que fazer tamanhas intervenções não é uma tarefa fácil. Justamente por isso estou à disposição para auxiliar aqueles que querem se tornar uma pessoa melhor. Nesse sentido, a psicoterapia comportamental  ajuda muita gente a compreender com maior profundidade as raízes dessa questão, bem como os impactos desse comportamento. Inegavelmente isso auxilia a desenvolver hábitos mais produtivos no que tange a tal processo. Por conseguinte,  auxiliará na conquista de melhorias efetivas tanto pessoais quanto profissionais. O grande segredo de tudo isso é aprimorar as maneiras pelas quais se avalia e pondera os comportamentos, qualificando as consequências dessas práticas. Somente quando se pensa nos desdobramentos das práticas pessoais torna-se possível escolher os comportamentos mais adequados para cada situação. 

Elídio Almeida

Psicólogo em Salvador, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especializado em Terapia de Casal e Relacionamentos (CRP). Possui também pós-graduação em Psicologia Clínica pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Dedica-se à prática clínica, oferecendo acompanhamento terapêutico a casais, famílias e atendimento individual para adultos. Além disso, ministra cursos e palestras na área.

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